“7 desperdícios na Saúde”, por Daniela Faria, da Opuspac

Primeiro é preciso apresentar a definição da palavra desperdícios.

No dicionário, o substantivo masculino  desperdício  significa “despesa ou gasto exagerado; esbanjamento” e “uso sem proveito; perda”.

Esses significados já conseguem dimensionar como os desperdícios são prejudiciais em qualquer ocasião.

Na saúde, a metodologia  LEAN  busca diminuir variações e melhorar processos e isso permite a   redução dos desperdícios , ela promove o entendimento das rotinas dos hospitais, além de exigir ações que agreguem valor e satisfação aos pacientes.

Esse termo agregar valor aos pacientes hoje tem muita atenção, devido a importância de melhorias com foco nos pacientes.

LEAN na saúde  procura facilitar, melhorar, agilizar e baratear os processos.

Para isso, é muito importante identificar e analisar quais as atividades nos hospitais que:

  • Agregam valor   (Ex: Check list antes das cirurgias);
  • Não agregam valor, mas são necessárias   (Ex: preenchimento de diversas fichas para receber reembolso de consulta médica);
  • Não agregam valor   (Ex: Atrasos dos exames dos pacientes).

Para identificar essas atividades os funcionários assistenciais, que estão na linha de frente são os mais capacitados, pois eles conhecem onde estão as falhas e os acertos do dia-dia. Afinal são eles que realizam os processos e conseguem sentir os seus resultados.

Depois dessa classificação, será possível definir quais atividades consomem muita ou pouca energia dos processos e quais deles agregam muito, pouco ou nenhum valor para os pacientes.

E isso é fundamental para atingir os desperdícios.

Na indústria, foi o engenheiro da Toyota,  Taiichi Ohno  quem identificou os 7 principais desperdícios no setor e a partir deles também foi possível determinar os  7 principais desperdícios na saúde.

São eles:

  1. SUPERPRODUÇÃO (Ex: a repetição e a realização de exames desnecessários);
  2. ESPERA (Ex: a espera por consultas, por cirurgias e por materiais);
  3. TRANSPORTE (Ex: de materiais, de aparelhos e de pacientes);
  4. CIRCULAÇÃO (Ex: de pessoal, de materiais, de aparelhos);
  5. INVENTÁRIO – ESTOQUE (Ex: Materiais e medicamentos à mais do que o necessário);
  6. ERROS E DEFEITOS (Ex: erros com medicamentos, erros em cirurgias, máquinas paradas, retrabalhos, falhas);
  7. SUPERPROCESSAMENTOS (Ex: repetição de atividades, perguntar várias vezes a mesma coisa).

Outro desperdício que não foi citado acima, mas que também é muito importante é o desperdício de talento humano.

É preciso escutar e dar atenção aos funcionários, pois eles, são grandes barreiras para evitar falhas.

Diversos colaboradores identificam processos mal desenhados relacionados aos cuidados de saúde. E devido as suas experiências conseguirão impedir que erros se repitam ou que não aconteçam.

Por isso também é um desperdício não valorizar os colaboradores.

CONCLUSÃO

Na saúde os custos são cada dia mais altos, são novas tecnologias, novos problemas, novos investimentos. É necessário desenvolver estratégias para eliminar os desperdícios.

Segundo o Conselho Nacional de Saúde do Governo Federal, em 2019 a saúde deixou de ter um investimento de R $20 bilhões.

Esse valor mostra que foram investidos na saúde brasileira em 2019, menos de 15% do recurso da receita da União.

O IBGE apresentou em 2019 que em 2034 o percentual da população acima de 65 anos vai atingir 15% de toda população brasileira, e em 2060 vai atingir 25,5%.

Isso significa, que esse envelhecimento populacional exigirá um investimento de R$50,7 bilhões em saúde entre 2020 e 2027.

Mas de acordo com a Agência Brasil, 30% dos gastos em saúde privada no Brasil são destinados aos desperdícios.

É muito dinheiro consumido para cobrir erros, que na sua grande maioria são evitáveis.

Isso tem que acabar.

É fundamental medir, analisar, melhorar e controlar resultados, para desenvolver melhorias de maneira estruturada.

Para isso as modificações têm que ser efetivas e agregarem valor.

Todos os profissionais, os gestores, os pacientes, os financiadores e os compradores devem estar unidos em torno de um objetivo comum: Mudanças que contemplem a redução de custos sem reduzir a qualidade e a segurança.

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Daniela Faria – Farmacêutica CRF/SP 51.617

Gerente de Segurança do Paciente – Opuspac Ltda  

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