As aulas de anatomia e morfologia do curso de medicina da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (do hospital de mesmo nome) ficaram mais interativas na última semana. Além dos livros, bonecos de plástico que imitam o corpo humano e programas de computador, os alunos vão usar óculos de realidade virtual para conhecer os órgãos, ossos, músculos e estruturas do corpo humano.
A iniciativa é fruto de uma tecnologia desenvolvida pela startup MedRoom, parte da Eretz.bio, a encubadora de startups do Einstein, e segue uma tendência mundial de usar cada vez mais tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial para incrementar o ensino de medicina e criar novos tratamentos.
Com um óculos de realidade virtual, os alunos poderão entrar no laboratório de morfologia e anatomia da MedRoom e estudar a anatomia de uma mulher virtual (o modelo masculino ainda não foi finalizado), toda em 3D. Com os controles, é possível viajar por dentro do corpo humano, isolar seus sistemas —optando por ver só o sistema respiratório, ou o circular, por exemplo—, pegar os órgãos e obter informações sobre eles.
Segundo Vinícius Gusmão, CEO da startup, a ideia não é substituir as outras ferramentas de ensino de anatomia e morfologia, mas complementar o estudo da área com o que as outras ferramentas não oferecem: uma simulação do corpo humano vivo. Os livros e programas de dissecção virtual não dão a mesma noção de tridimensionalidade dos órgãos. Os bonecos e as peças de plástico não se mexem. Várias faculdades já não usam mais dissecção de cadáveres, caros e difíceis de obter.
“É muito diferente ver na tela do computador onde está o coração no tórax de, na realidade virtual, conseguir ver o órgão tridimensional, com a coloração e textura que ele terá em uma cirurgia e que se perdem quando é um cadáver”, diz Julia Menezes, estudante do terceiro ano de medicina do Einstein e parte da equipe de alunos que auxilia o desenvolvimento do programa da MedRoom.
Fonte: Exame