O índice de consumo de Dispositivos Médicos, que reflete o comportamento do mercado brasileiro de produtos para a saúde, apresentou um crescimento de 14,7% no acumulado de janeiro a junho, impulsionado pela elevação de 5,5% na produção doméstica e de 26% nas importações, todos em comparação ao mesmo período de 2017. Os dados são do Boletim Econômico trimestral da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde – ABIIS – que acabam de ser tabulados e analisados.
O estudo começou a ser produzido em 2012 e, fazendo um paralelo com os dados médios levantados naquele período, constata-se que a atividade do setor encontra-se no mesmo patamar verificado naquele ano. “Andamos de lado em 2017 e agora começamos a crescer de forma sustentável. As quedas na atividade foram muito fortes em 2015 e 2016”, avalia o presidente da ABIIS, Walban Damasceno de Souza. Segundo Walban, a melhora dos dados decorre, provavelmente, de uma verticalização no atendimento de planos de saúde que têm investido na rede própria, mesmo sem aumento no número de beneficiários.
A produção industrial nacional de instrumentos e materiais para uso médico, odontológico e artigos ópticos teve alta de 5,5% no ano e de 6,9% nos últimos 12 meses. Já as vendas no comercio varejista de artigos farmacêuticos, médicos e ortopédicos subiram 5,6% no ano e 5,7% em 12 meses. As importações de Dispositivos Médicos, no acumulado de janeiro a junho, totalizaram o valor de US$ 3,3 bilhões, com um crescimento de 26% em relação ao mesmo período de 2017. As importações do segmento de reagentes e equipamentos para diagnóstico in vitro destacam-se com o crescimento de 29,7% no período. As exportações de Dispositivos Médicos tiveram um crescimento de 0,9% no primeiro semestre, frente a igual semestre de 2017. A balança comercial ficou deficitária em US$ 2,9 bilhões.
Emprego: 4 mil novas vagas abertas
No acumulado do janeiro a junho, houve abertura de 4.088 novas vagas nas atividades industriais e comerciais do setor de Dispositivos Médicos, totalizando o contingente de 135.490 trabalhadores. Em 2017, eram 131.402 trabalhadores empregados no setor. Entre os segmentos, destaca-se a criação de 1.781 postos de trabalho na indústria de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos. “A abertura de vagas de trabalho é muito significativa, já que mostra a confiança do empresário na retomada do crescimento”, comemora Walban Damasceno de Souza.
Setor poderia ter crescido ainda mais
“A paralisação de dez dias dos caminhoneiros no Brasil teve um impacto muito negativo na área da saúde”, afirma o presidente da ABIIS, com base no monitoramento do Boletim Econômico trimestral da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde. A interrupção do recebimento de medicamentos e materiais na maioria dos hospitais e centros médicos paulistas causou o adiamento ou o cancelamento de procedimentos não urgentes. No total, mais de 248 mil procedimentos não foram realizados na rede municipal de saúde de São Paulo. Nos hospitais privados e filantrópicos do Estado, 30% das cirurgias eletivas foram adiadas e 20% das indústrias de equipamentos médicos ficaram paradas. “Toda essa demanda foi jogada para frente e quem sofre é a população”, constata Walban Damasceno de Souza.