Certamente, 2019 será um ano de mudanças, pelo menos é o que se espera quando acompanhamos os recentes anúncios de reforma nos ministérios pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. As mudanças no Congresso Nacional nos mostram que para se trilhar um novo caminho é preciso primeiro avaliar o que empregamos dentro de casa.
Por vezes, a resolução de problemas não está em buscar caminhos dife- rentes externos, mas em organizar a dinâmica interna. O mesmo processo lógico é válido para as Santas Casas e entidades filantrópicas: uma boa gestão garante eficiência no diagnóstico e sucesso no tratamento.
A área de gestão hospitalar é complexa por natureza e exige profissionais capacitados para o desenvolvimento de um bom trabalho. Sem planejamento e sem um plano de ações estratégico para gerir uma entidade, não há recursos que sejam suficientes para desenvolvê-la.
As entidades filantrópicas sofrem com falta de recursos, profissionais e infraestruturas e, mesmo diante deste cenário que parece avassalador, há hospitais que operam serviços de excelência, graças a boa gestão hospitalar.
Traçar um diagnóstico das práticas atuais e reconhecer o que tem gerado resultados positivos e negativos é o primeiro passo para uma boa gestão. Enxergar o que está de errado no hospital, às vezes, pode ser complicado, uma vez que todos estão inseridos no mesmo ambiente, vivendo diariamente as atividades daquele local.
Por isso, há entidades que fecham contratos com empresas especializadas em melhoria de gestão. Geralmente, estas empresas identificam os problemas na gestão do hospital, e apresentam soluções para mudar a situação. Cabe aos gestores hospitalares avaliarem a eficácia e a pertinência dessas intervenções nos seus ambientes.
O mais importante neste processo de mudança é, após identificada as falhas, traçar ações para correção dos rumos, sinalizando os caminhos por onde se poderá evoluir. A gestão hospitalar é o cérebro de um hospital, é a área que envia os comandos, sendo responsável por toda a dinâmica do hospital.
Como presidente da Fehosp – Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo e provedor de uma Santa Casa, nos meus anos de experiência, já presenciei grandes hospitais fazerem muito, com os poucos recursos que tinham e também hospitais, com grandes incentivos e verbas não conseguirem resultados satisfatórios. É obvio que a gestão é muito importante, mas ela também se torna limitada se não houver recursos. O provedor consegue chegar até a ponte do caminho, mas pode não conseguir cruzar o rio.
Em abril de 2019, o Congresso anual da Fehosp estará na sua 28a edição e por meio de palestras, debates, e apresentação de cases de sucesso, desafiará os congressistas a conhecerem este novo cenário de profundas mudanças, mostrando as ações que poderão ser adotadas para que as nossas instituições aprimorem os seus desempenhos.
A exposição de ideias e o compartilhamento de experiências nos leva às mudanças. Para seguir novos horizontes é preciso traças objetivos, refletir sobre o que deve ser ajustado. Vamos nos preparar para esses novos tempos!
*Artigo escrito por Edson Rogatti, diretor-presidente da FEHOSP (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo)
Esta matéria foi publicada na 57ª edição da revista Healthcare Management.