Quando pensado para um complexo de oito institutos e dois hospitais, qualquer prestação de serviço pode se tornar uma missão homérica. Imagine, portanto, que os profissionais distribuídos nos 380 mil metros quadrados do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo realizam, diariamente, três refeições. O mesmo vale para cada um dos pacientes, nos quase 2.500 leitos, sob os cuidados do HC.
O engenheiro Antônio José Rodrigues Pereira, superintendente do Complexo HCFMUSP, conta que, apenas entre pacientes e acompanhantes, somam-se aproximadamente 275.000 mil refeições ao mês. “Para um paciente internado, a alimentação pode ser um momento único de prazer e satisfação. Então, na medida do possível, buscamos proporcionar a melhor adaptação do paciente à alimentação hospitalar, mesmo nos casos onde as restrições alimentares são necessárias para o tratamento” explica.
Para evitar ao máximo desperdícios na produção, diversas ações buscam ajustar as quantidades de insumos de acordo com a demanda. “Há a padronização de receitas culinárias e o planejamento de gêneros alimentícios e de materiais baseado nos cardápios e programações segundo as estatísticas de distribuição de refeições” conta Pereira. Discussões constantes com o engajamento das lideranças e dos colaboradores visam uma gestão comprometida e uma obtenção maior de resultados através da aplicação de metas e planos de ações para melhorias contínuas.
De acordo com o engenheiro, o principal desafio no gerenciamento do serviço de nutrição e dietética é atender às demandas de segurança e qualidade com as limitações de uma instituição pública. “Quadro de pessoal defasado, orçamentos limitados, excesso de burocracia, pressão temporal”, exemplifica. “Mas, apesar dessas limitações, temos equipes responsáveis, motivadas e comprometidas, com foco nos pacientes e, o que também é um desafio, passou a ser o nosso grande diferencial.”
Execução de coração
Desde 2007, parte dessas refeições é responsabilidade da PRC, um trabalho que Luiz Alberto Pinho, diretor da empresa, define como uma “verdadeira operação de guerra em termos de logística.” Diariamente, são servidas pela empresa terceirizada cerca de 4 mil refeições que contemplam desjejum, almoço e jantar, atendendo particularidades diferenciadas, para cada um dos oito institutos e dois hospitais que compõem o Complexo.
Para administrar tantas interfaces, a PRC desenvolveu um sistema de controle de acesso integrado entre todos os funcionários dos institutos, por centro de custo e demais particularidades exigidas por cada cliente. “O planejamento operacional é uma peça fundamental para o perfeito andamento, de forma a atender todas as quantidades e necessidades especiais de hipertensos ou diabéticos, por exemplo” explica.
Possibilitando o atendimento da demanda de refeições, todas as informações são processadas em seu sistema de gestão integrada. Assim, há suporte para que a operação organize sua logística, recursos humanos e matéria prima, obtendo ganho de produtividade e evitando desperdícios.
Para garantir a integridade da operação, a prestadora de serviços conta com uma nutricionista que atua especificamente na área de qualidade, segurança e meio ambiente. Tamanho cuidado e atenção aos detalhes conferiu à PRC a certificação ISO 9001-2015 no segmento de produção de refeições para coletividade. “Hoje, nossa operação é uma das únicas no Complexo certificada pela ISO” conta Pinho.
Com mais de 19 anos de atuação no mercado de alimentação e nutrição hospitalar, a PRC possui em seu quadro de sócios diretores e gestores com mais de 30 anos de experiência no segmento que compreendem que as preocupações não devem parar por aí. Além das normas seguidas rigorosamente, a empresa possui ainda uma ouvidoria específica para o HC, e realiza constantes pesquisas de satisfação, com o intuito de aprimorar o serviço de fornecimento e atendimento.
Com tecnologia e boas práticas alinhadas ao cotidiano, o diretor explica que a PRC pretende continuar expandindo sua atuação no Estado de São Paulo e na área de nutrição hospitalar. Pinho e sua equipe acreditam na forte tendência de terceirização da alimentação e nutrição por parte dos hospitais nos próximos anos. “Acreditamos que a parceria entre hospitais e empresas especializadas em nutrição é a chave do sucesso para a recuperação do paciente, já que uma alimentação saudável e balanceada é uma das atividades mais imprescindíveis ao ser humano.”
Esta matéria foi publicada na ed. 60 da revista Healthcare Management, que você confere aqui!