Cada vez mais presente nas discussões sobre gestão em Saúde, o DRG, ou Diagnosis Related Groups, já não é novidade para o Hospital Moinhos de Vento. Impulsionado pelo momento de iniciativa nacional na busca por novas metodologias para avaliação do cuidado e comparabilidade entre instituições, o primeiro piloto de implementação da ferramenta no HMV foi realizado já em 2015.
Em parceria com a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), a implantação oficial teve início em 2016, com a criação da área de Gestão de Valor. Desde então, a partir do sistema de dados é possível prever e comparar consumos de recursos e desfechos assistenciais através de relatórios, gráficos e indicadores.
Os benefícios
Melina Moraes Schuch, gerente de Estratégia Corporativa do Moinhos de Vento, conta que a aplicação da metodologia não trouxe apenas uma robusta transparência de dados, mas também inúmeros gatilhos para melhorias de processos. Para ela, o DRG permite um olhar transversal de todas as intervenções do paciente durante sua internação, podendo, a partir da abordagem clínica e similares, direcionar mudanças não só no cuidado, mas também nos processos.
“Nesse sentido, é importante destacar a precisão dos registros clínicos, criando uma base robusta para futuras tomadas de decisão”, explica. O DRG, muito difundido no mercado como modelo remuneratório, para o Moinhos é uma forma de gerir a melhor prática clinica e garantir os melhores desfechos para o paciente, passou assim a integrar o rol de projetos estratégicos da instituição.
Números que falam por si
Um dos pontos de maior destaque da ferramenta é a previsibilidade dos recursos necessários por cada tipo de paciente. Com isso, a partir da utilização destes insumos, desenvolve-se parâmetros regulatórios de atuação das equipes assistenciais. “De 2017 para 2018, por exemplo, foi possível a redução do tempo médio de permanência em 2 dias para pacientes clínicos adultos, isso resultou na internação de 1100 pacientes a mais em relação ao ano anterior.”
Além da diminuição do tempo médio de permanência, o agrupamento por tipo de paciente realizado pelo DRG, e a consequente previsibilidade do cuidado, possibilitam ao Hospital melhor gerenciamento da força de trabalho, garantindo uma associação mais adequada e adaptável entre capacidade e demanda.
“Dessa forma é possível balancear equipes especializadas e otimizar a utilização dos leitos hospitalares” esclarece Melina. “E para a criação de linhas de cuidado, associamos a base de dados hospitalares do DRG com outras metodologias, focadas em medição de desfechos clínicos.”
A associação de ambos os indicadores permite ao centro médico mapear a entrega de valor ao paciente, analisando em diferentes níveis e etapas o cuidado realizado, tanto no período de internação quanto no acompanhamento do paciente no pós-alta, evitando desperdícios em todos os âmbitos.
Através da ferramenta, é possível ainda realizar comparações não apenas do ponto de vista clínico, como do ponto de vista de custos. A transparência decorrente do controle através da previsibilidade da utilização de recursos tem, inclusive, se mostrado fator absolutamente decisivo para a implementação e discussão do projeto em escala cada vez mais larga.
E agora?
Mesmo já trabalhando há tanto tempo com o DRG, o Hospital Moinhos de Vento pretende, em 2019, abordar cada vez mais a geração de valor em saúde. O amadurecimento da área de Gestão de Valor e a associação mais aprofundada entre alta complexidade e qualidade em desfechos clínicos também são pontos estratégicos prioritários para a gestão da instituição.
“O objetivo é o cuidado centrado no paciente, evitando desperdícios, agregando valor, otimizando a estadia hospitalar e os processos relacionados ao cuidado” conta Melina. “Tudo isso aliando uma medicina de excelência e a procura por novas tecnologias.”
Esta matéria foi publicada originalmente na edição 59 da revista Healthcare Management.