O tempo é valioso. Com o passar dos anos, o mundo se transforma e ressignifica a forma como o ser humano interage com a sociedade e com o ambiente. É justamente ele, o tempo, responsável pelas maiores inovações do planeta. No entanto, é necessário sempre se manter atento, pois ele pode se transformar uma em medida arbitrária do sucesso dos negócios. Por isso, é fundamental manter-se sempre no tempo.
Na Saúde, essa premissa é ainda mais significativa. Se a forma como o ser humano interage com o ambiente se transforma ao longo dos anos, então, o edifício hospitalar também precisa se manter em constante evolução. No Hospital São Camilo Pompeia, localizado na cidade de São Paulo, a preocupação com a modernização estrutural é uma prioridade.
Inaugurado em 1960, o prédio do São Camilo Pompeia acompanha, há quase 60 anos, o crescimento da população e os avanços científicos e tecnológicos voltados ao atendimento médico-hospitalar. Em 2018, em entrevista para a revista HealthARQ, o diretor de Operações da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Anderson Cremasco, revelou que “quase todas as áreas da Unidade Pompeia estão passando por um processo de melhoria, seja em faze de finalização de projeto ou em fase de execução de obra”.
Entre as melhorias do prédio, Cremasco destacou, na época, o impacto da expansão do completo hospitalar. “Em área, a Unidade Pompeia terá uma expansão de 23.410 m² advindos do Bloco V. Em leitos (internação e UTI), irá crescer dos atuais 354 para 424 leitos. O Novo Bloco V, prédio de 10 andares, irá abrigar o novo Centro Médico e Internação. Ele estará interligado ao complexo hospitalar por 3 passarelas, sendo 2 delas aéreas. A passarela do 1° pavimento irá interligar o Centro Médico ao serviço de Diagnósticos existente. A passarela do 6° pavimento irá interligar as internações”, explicou.
Segundo Hélder Magrini Kobayashi, engenheiro e gestor de Contas da Temon – empresa que também participou dos trabalhos no Bloco V –, as obras neste projeto foram divididas em duas grandes etapas. “A Temon está atuando na segunda fase, executando os sistemas elétricos, instalações de Usina de Geração de Energia, sistemas especiais, sistema de óleo diesel, gás combustível, sistemas hidráulicos, sistema de aquecimento solar e combate a incêndio”, detalha sobre a participação da empresa.
Para esse trabalho de instalações, Kobayashi explica que foram utilizadas ferramentas da ponta, que utilizam baterias e evitam a uso de extensões. “A Temon também trabalhou com sistema de marcação de pontos de utilidades com miras a laser, evitando erros de cotas e dimensionais”.
Em todo esse processo de transformação da Unidade, o escritório Zanettini Arquitetura está há 20 anos realizando os projetos da Instituição São Camilo. “Atuamos integradamente com as equipes de diretores, médica e de serviços fomos conjuntamente definindo diretrizes, estratégias e planos nestes anos em ações integradas e multidisciplinares com uma nova dimensão na abordagem e no trato da questão hospitalar. Todas as intervenções que se seguiram eram discutidas e implementadas conforme as necessidades, dimensões, prazos e custos conjuntamente”, conta Siegbert Zanettini, arquiteto e diretor-presidente do escritório.
Entre as inúmeras contribuições funcionais e estratégicas da Zanettini Arquitetura na Unidade Pompeia, o arquiteto Zanettini ressalta a introdução de uma série de inovações no prédio. “Como banheiros prontos e instalados em semanas, integração funcional entre os cinco blocos em circulação, comunicações – telefônicas e computadorizadas – e sistemas de segurança e incêndio, e redes integradas”, exemplifica.
Arquiteto responsável pelos projetos no São Camilo, Zanettini faz questão de destacar a sua equipe técnica: Thaís Barzocchini, arquiteta coordenadora, e Natália B. Malateaux e Ernani Moura, arquitetos colaboradores.
HUMANIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
No mundo contemporâneo, é impossível planejar um edifício hospitalar sem ter os princípios de humanização e sustentabilidade como norteadores de decisões. Atenta a seu tempo, a Rede São Camilo de Hospitais também prioriza esses conceitos na Unidade Pompeia.
“Trabalhamos a acessibilidade e o bem-estar do usuário, seja ele paciente ou colaborador. Acreditamos que o ambiente seja gerador de bem-estar através da escolha correta de materiais, tons e texturas. Também levamos em consideração questões de segurança e novas tecnologias, como por exemplo, a implantação da iluminação mais adequada, com luminárias e lâmpadas tipo LED”, assegura Cremasco, diretor de Operações da Rede.
“Essa unidade tem conceitos de sustentabilidade, utilizando placas solares para o aquecimento de água – o que reduz os custos de energia elétrica e gás. Também faz parte desse projeto o reaproveitamento em descargas das bacias sanitárias”, acrescenta o engenheiro Hélder Magrini Kobayashi, gestor de Contas da Temon.
Essas preocupações da Instituição casam perfeitamente com os valores do escritório Zanettini Arquitetura, parceiro de longa data da Rede, que se posiciona como “precursor da sustentabilidade no Brasil na década de 70”, segundo o arquiteto Zanettini. Ele explica que as preocupações com clima, água, sol e sol brasileiro são características marcantes na trajetória do escritório.
“Fomos nós que começamos, através de nossos projetos, a abrir aberturas em ambientes como UTIs, salas cirúrgicas não complexas, áreas ajardinadas e a preocupação de incluir inúmeras inovações tecnológicas da arquitetura contemporânea reconhecidas por organismos nacionais e internacionais, como os Green Building Council Brasil (GBC Brasil) e o World Green Building Council”, acrescenta Zanettini.
Estratégias como iluminação natural, implantação do mobiliário adequado, e cores e condições ergonômicas favoráveis para atender ao máximo as necessidades físicas e funcionais dos espaços são também algumas das preocupações do escritório em seus projetos – inclusive, na Unidade Pompeia. “Consideramos o homem como a principal referência em qualquer projeto”, ressalta Zanettini.
FACHADA COM VISUAL INTEGRADO E CONTEMPORÂNEO
Segundo Zanettini, em 1999, o Complexo Hospitalar São Camilo Pompéia era constituído de um único bloco voltado para a Avenida Pompéia, resultante da construção de três edificações antigas geminadas há mais de 40 anos. Diante dessa peculiaridade, o arquiteto revela que o edifício “apresentava um visual não consistente que, funcional e esteticamente, não conversavam. As fachadas apresentavam vãos desalinhados, esquadrias diferentes e materiais e revestimentos já bastante deteriorados”.
No projeto, a Zanettini Arquitetura elaborou um desenho de fachada com visual integrado e contemporâneo. Foram utilizados, por exemplo, revestimentos em placas cimentícias com acabamento melamínico branco importados da França – “naquela época não existiam esses materiais no Brasil”, explica a escolha.
Para resolver os problemas visuais, o arquiteto explica que os vãos das fachadas foram realinhados. “Padronizamos todos os fechamentos com esquadrias com vidro duplo e persianas móveis internos face a necessidade de proteger os pavimentos superiores, uma grande área de internação, do grande ruído do tráfego da avenida”.
Esta matéria e muito mais você confere na edição 29 da revista HealthARQ.