De acordo com o diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, “investimentos no setor de saúde são investimentos para o crescimento econômico e para um futuro mais justo e próspero para todos”. Meu primeiro mandato como provedor da Santa Casa da Bahia coincidiu com o período da última recessão econômica, o triênio 2014-2016. Assumi o comando de uma instituição com mais de 5 mil colaboradores em um cenário de instabilidade. Somado a isso, me tornei líder de uma entidade de saúde filantrópica, que enfrenta os desafios financeiros da desatualização da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
Era necessário aumentar a rentabilidade do atendimento a pacientes conveniados a operadoras de saúde, com um plano que garantisse eficiência, crescimento, qualidade na assistência, alcance de resultados e aplicação planejada de recursos. Ao mesmo tempo, era preciso implementar iniciativas voltadas a promover uma melhor sustentabilidade dos serviços prestados ao SUS. Estabelecemos um convênio com a Fundação Dom Cabral, renomada escola de negócios, e implantamos um modelo de gestão com ferramentas gerenciais e estratégicas integradas.
Outras medidas voltadas a capacitar profissionais e tangenciar melhor os resultados, de maneira que fossem mais bem avaliados, foram adotadas. Também envidamos esforços para o aprimoramento de processos, eliminação de desperdícios e priorização de elementos que agregassem valor aos pacientes. Através de um plano diretor de projetos e obras, uma nova fase de crescimento, modernização e requalificação ordenados do Hospital Santa Izabel (HSI) foi iniciada.
Durante todos esses anos, pontuamos a revitalização do parque tecnológico, a apresentação de alas reformadas e ampliadas, além do investimento contínuo em projetos de humanização e na capacitação continuada dos colaboradores. Os bons resultados dessas iniciativas vêm sendo valorizados pelas mais respeitadas entidades especializadas em avaliações de qualidade. Assim, o Hospital Santa Izabel conquistou o mais alto nível da certificação concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que reconhece a excelência da gestão, melhoria contínua da cultura organizacional e maturidade institucional, e também a Certificação por Distinção – Diamante, o mais alto reconhecimento a serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, concedido pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SCBHCI).
Estou às vésperas de encerrar meu ciclo à frente da Santa Casa. A instituição está comemorando o 470º aniversário sendo detentora do primeiro hospital a realizar cirurgia robótica na Bahia, certificado com a Acreditação Canadense Qmentum International e reconhecido com a classificação máxima (nível 7) Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS) EMRAM 7, que destaca e valoriza a sua transformação digital.
As medidas e inovações aplicadas na Santa Casa contribuíram para fortalecer ainda mais a própria instituição. Mas também serviram para marcar novos capítulos na história de desenvolvimento da saúde do Estado e, por consequência, a sua economia. Encerro essas linhas registrando que sem o capacitado e engajado corpo de profissionais que fazem parte da Santa Casa da Bahia, nenhum desses avanços teria sido possível. As potencialidades da instituição e das pessoas que dela fazem parte são inesgotáveis, para a concretização de contribuições para a Bahia e todo o Brasil.
Este artigo, redigido por Roberto Sá Menezes, provedor da Santa Casa da Bahia, foi publicado originalmente na edição 62 da revista Healthcare Management.