Programa de Telemedicina da Unimed Sorocaba é aprovado por 98% de seus usuários

O uso da tecnologia na área da saúde não é novidade. Mesmo assim, ela sempre surpreende e, cada vez mais, ajuda a melhorar a vida das pessoas. Já começam a surgir ferramentas digitais que, até pouco tempo atrás, pareciam existir somente em filmes. Elas estão revolucionando a medicina. Exemplos disso são os aparelhos capazes de monitorar sinais vitais, número de passos dados e índices de qualidade de vida, sobretudo em pacientes considerados de risco. 

A conectividade de toda uma cadeia de monitoramento está na internet, mas as pontas dessa teia envolvem aplicativos, pulseiras inteligentes, dispositivos e profissionais de diversas áreas além da medicina. Ainda são os seres humanos que intercedem nos momentos agudos. 

Imagine, por exemplo, um paciente portador de diabetes – doença crônica e, infelizmente, comum. Todos os dias, ele tem seu índice glicêmico, peso corporal, batimentos cardíacos, quantidade de passos dados e, até mesmo, a qualidade do sono mensurados. Os dados são transmitidos via app para uma central de monitoramento. Ao primeiro sinal de anormalidade, a equipe humana é acionada. Esta, por sua vez, entra em contato com o paciente e o orienta sobre como proceder ou, se for o caso, a procurar seu médico ou um serviço de emergência. 

Na Europa, já existe uma cinta inteligente que controla, em tempo real, todos os sinais vitais da gestante e do bebê. Dessa forma, a paciente não precisa ficar em repouso no hospital durante toda a gravidez. Isso representa a diminuição no número de pessoas nos hospitais e um monitoramento muito mais acurado sobre a mulher e o feto. 

Um exemplo do uso da telemedicina – até onde se tem notícia, inédito no país – nasceu na Unimed Sorocaba. Denominado Saúde Digital, o serviço é disponibilizado sem custo adicional aos pacientes considerados de risco, e oferece pulseiras, balança e glicosímetros que se conectam a um aplicativo de saúde chamado Wippe Track. 

Após o app receber os dados, ele armazena cada medição realizada pelos portadores. Essas informações vão para uma central de monitoramento, formada por enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. Juntos, esses profissionais acompanham, além dos indicadores básicos (como glicemia e pressão arterial), a quantidade de passos dados durante determinado período, seu peso corporal, entre outros. 

“Ao longo das últimas décadas, os avanços tecnológicos permitiram o desenvolvimento de equipamentos largamente utilizados em cirurgias e no tratamento das patologias”, reflete o presidente da cooperativa, José Francisco Moron Morad (capa). “Agora, estamos utilizando esses recursos pró-ativamente, ou seja, antes que as doenças ou necessidades cirúrgicas apareçam, melhorando a qualidade de vida dos nossos clientes”, complementa. 

“Contudo, se algo grave acontecer com um deles, essa mesma tecnologia alertará as equipes de retaguarda, abastecendo os médicos assistentes com diversos dados e informações e minimizando os riscos de complicações ou eventuais sequelas”, finaliza.

Quando qualquer anormalidade ocorre, automaticamente e em tempo real, a cadeia de profissionais é acionada, culminando – se a situação for grave – em uma interferência imediata e na orientação para que o paciente procure pelo médico que o assiste na Unimed Sorocaba. 

Esta inovação pode ser extremamente útil na coordenação dos cuidados preventivos aos portadores de patologias crônicas, no controle das sinistralidades e no monitoramento remoto dos pacientes. Do mesmo modo, o médico que atende habitualmente o paciente tem acesso a todos os dados captados, que são apresentados em forma de relatórios. Isto também contribui como subsídio às decisões clínicas. 

Antes de se tornar um programa, o Saúde Digital foi testado por seis meses com um grupo reduzido de pacientes diabéticos. Nesse período, foram gerados mais de 20 mil dados, cerca de 3 mil contatos por meio de chats e e-mails e 147 alertas (dos quais 42 eram de real gravidade). 

A estatística mais significativa foi de que o índice de hemoglobina glicada desse grupo caiu 1,3% (começou com 8,5% e finalizou em 7,2%). A literatura mostra que cada ponto porcentual de redução significa a diminuição de 14% no risco de morte por patologias cardíacas e de 43% por complicações vasculares. 

“Ficamos extremamente satisfeitos com os resultados do projeto-piloto”, declara o vice-presidente da Unimed Sorocaba, Paulo Hungaro Neto. “Pesquisas nos revelaram que a aprovação dos usuários da ferramenta chegou a 98%, enquanto todos os médicos assistentes envolvidos nessa etapa classificaram-na como ótima ou muito boa”, conclui. 

Paulo Hungaro Neto, vice-presidente da Unimed Sorocaba

Quem não se enquadra na categoria de risco também pode usufruir desses benefícios. Basta fazer o cadastro diretamente no Portal do Cliente da Unimed Sorocaba e, se desejar, adquirir os dispositivos na Farmácia Comercial da instituição.

Giuliano Sant’Anna, da BR HomMed – empresa com a qual a Unimed Sorocaba estabeleceu parceria para a concessão do aplicativo e dos dispositivos – pontua que o principal benefício proporcionado pela tecnologia é o empoderamento do paciente. “As soluções digitais desta área permitem que ele entenda melhor sua condição de saúde; conheça, de maneira simples e intuitiva, os fatores de risco; e engaje-se na mudança de hábitos, buscando uma condição de saúde melhor. ” 

Ainda de acordo com o executivo, “é determinante para o sucesso de um programa de saúde digital o acompanhamento remoto, em tempo real, realizado por profissionais da saúde, que sanam dúvidas e orientam em quadros mais complexos. Esta conexão gera, no paciente, o sentimento de cuidado e segurança”.

A solução tecnológica da BR HomMed funciona como os “olhos do médico” entre uma consulta e outra. Isto reduz o tempo das consultas, bem como assevera um melhor gerenciamento do paciente pelo médico. 

As soluções de saúde digital baseiam-se, principalmente, na utilização de aplicativos móveis e dispositivos médicos conectados (IOT), por meio dos quais o paciente pode gerenciar diversos parâmetros clínicos da sua saúde – incluindo peso, atividades físicas, pressão arterial, entre outros. 

O executivo ressalta que o fenômeno da “consumerização” dos serviços de saúde será a tendência num futuro breve. Ela permitirá o acesso a consultas, exames e diagnósticos de modo totalmente digital, de dentro das casas, farmácias, academias, shopping centers, enfim, de qualquer lugar.

Esta matéria e muito mais você confere na edição 63 da Revista Healthcare Management. 

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