Cancelamento de compra de EPIs preocupa o Cofen

O desabastecimento internacional de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) durante a pandemia do novo coronavírus (COVID-19) coloca sob grave risco de contaminação os profissionais de Saúde, que estão na linha de frente do combate à pandemia. Após o anúncio do cancelamento de parte das compras feitas pelo Brasil, feito ontem (1º/4) pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) expressou a necessidade de redirecionar a produção da indústria nacional. A China cancelou diversas vendas para atender demanda dos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pelo próprio ministro da Saúde.

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“Cada dia de atraso representa um risco adicional, sobretudo para os profissionais de Enfermagem que estão na linha de frente. É preciso redirecionar a produção de setores da indústria nacional, para atender esta demanda durante a pandemia. O governo federal não pode se eximir de seu papel como regulador da produção de insumos estratégicos”, afirmou Manoel Neri, presidente do Cofen. Ontem, o Ministério da Saúde anunciou novas diretrizes, que ampliam a recomendação para uso de máscaras pela população em geral, o que aumenta a demanda e pode agravar o desabastecimento. O próprio ministro já admite o risco de não conseguir concretizar as compras necessárias.

“Esta responsabilidade também não pode recair apenas em Estados e Municípios. O momento exige ação conjunta do Ministério da Saúde, Governos dos Estados, Prefeituras e da iniciativa privada, para garantir o abastecimento das unidades de saúde com equipamentos de proteção em quantidade e qualidade suficientes para viabilizar segurança aos profissionais de saúde, minimizando os riscos de contaminação”, finalizou Neri.

Conselhos de Enfermagem buscam soluções – Diante dos relatos generalizados de falta de EPIs em unidades de Saúde, o Sistema Cofen/Conselhos Regionais vem articulando soluções junto ao poder público e somando aos esforços para prover os equipamentos necessários. Corens de todas as regiões do Brasil têm distribuído materiais, como as máscaras cirúrgicas e as N95, indicadas em procedimentos mais invasivos.

“Neste momento, a prioridade absoluta dos Conselhos de Enfermagem é a proteção dos profissionais. Cada enfermeiro, técnico ou auxiliar que adoece representa um risco para a população brasileira, tanto pela possibilidade de contágio, quanto por desfalcar as equipes que, heroicamente, vêm se dedicando ao cuidado. A Enfermagem vai emergir desta pandemia mais forte, valorizada e reconhecida”, afirma Neri.

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