Professor Chao Wen abriu o diálogo com a palestra sobre como a Covid-19 acelerou o debate da telemedicina
O Fórum Healthcare Business – FHCB 2020 proporcionou palestra e debate sobre o tema “A COVID-19 acelera a Telemedicina”. A palestra foi ministrada pelo Chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP, professor Chao Wen, que ressaltou sobre a popularização da telemedicina e erros comuns cometidos na área.
“Muitos acreditam que esse assunto é novidade, mas as primeiras citações ocorreram há mais de 50 anos atrás. A pandemia só forçou o mundo da saúde a reconhecer que a melhor forma de prover auxilio em isolamento era a telemedicina”
O professor também percebeu o quanto esse conceito não era compreendido completamente pela população. “Ouço muitas pessoas falando sobre a telemedicina ser uma ferramenta, mas é um método médico de investigação e cuidados não presenciais. É um braço da medicina que permite criar outro conceito e chegar à saúde conectada 5.0.”, comentou.
Além disso, Wen também frisa que “muitos pensam que a telemedicina começou a se estruturar no Brasil por conta da Covid-19, mas isso não é verdade. Só avançamos porque vínhamos estudando o tema há anos”.
Para seguir esse debate, o professor se juntou a Marco Bego, Diretor do Instituto de Radiologia do HCFMUSP, e Fábio de Carvalho, CIO do Adventista Paraguai. A mediação ficou a cargo de Gustavo Kiatake, presidente da SBIS e do Masterclass de Tecnologia na SAHE’21. Os executivos comentaram suas experiências com a telemedicina e as dificuldades do início da pandemia.
Carvalho contou sobre sua experiência trabalhando em outro país, inclusive que não se falava de telemedicina no Paraguai. “Quando comecei a trabalhar aqui, trouxe o conceito, mas muitos médicos pensavam que eu queria criar um call center para atender pacientes 24h”.
Aos poucos isso foi mudando e, durante a pandemia da Covid-19, o Hospital já conseguiu lidar melhor com essa tecnologia. “Nós recebemos o segundo paciente da Covid do país inteiro, então logo as pessoas saíram dos corredores e tudo ficou vazio. Tivemos então que obrigar o uso da telemedicina, porque gestantes e pacientes crônicos não poderiam ficar sem atendimento”, conta Carvalho.
No entanto, além de elogiar o sistema de saúde do país, o CIO do Adventista Paraguai reforça que a teleconsulta é só uma parte do grande bioma da telemedicina, mas o conceito só foi popularizado por conta da força da necessidade que o mundo enfrentou.
Marco Bego, Diretor do Instituto de Radiologia do HCFMUSP, ressaltou que “apesar de terrível, a pandemia foi uma chance das instituições colocarem em prática inovações que sempre quiseram fazer. No Inrad mesmo fizemos o que preparamos para os próximos dois anos logo nos primeiros seis meses”.
Bego compartilhou que o grande foco atualmente deve ser monitorar e auxiliar os pacientes. “Temos que pensar em como os usuários vão passar por essa jornada da telemedicina. Para nós, a situação mudou bastante, mas o mesmo acontece do outro lado”, reflete.
O segundo dia do Fórum Healthcare Business 2020 é hoje, 21/10, e traz temas como desafios da cadeia de logística, lições pós covid e o salto quântico para uma nova saúde.
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