A Bayer anunciou a venda de sua unidade produtiva de Cancioneiro, em São Paulo, para o grupo União Química. A planta, que ocupa uma área de 15 mil m², produz hormônios femininos, como contraceptivos e pílulas de reposição hormonal, tem capacidade de produção de aproximadamente 70 milhões de blisters por ano.
A Bayer está presente no Brasil há 125 anos e o país é o segundo mercado mais importante para o grupo globalmente. Para o Grupo União Química essa movimentação é estratégica por estar alinhada com seus planos de negócios, expansão e distribuição na América Latina, além de fortalecer o grupo dentro do segmento de Saúde da Mulher no Brasil, onde já atua como importante competidor neste mercado.
A negociação contempla também o repasse de algumas marcas estabelecidas de contraceptivos femininos para o Grupo União Química, vendidas tanto no Brasil como em países da América Latina, o que deverá acontecer apenas após aprovação dos órgãos reguladores. Além disso, a Bayer terceirizará a produção de outros medicamentos para a União Química, que manterá a fabricação dos mesmos na planta de Cancioneiro.
A transação garantirá a continuidade do funcionamento da fábrica e a manutenção dos empregos dos atuais colaboradores da unidade, e faz parte da estratégia global da divisão Farmacêutica de focar o seu negócio no desenvolvimento de soluções e produtos inovadores.
Mesmo com este desinvestimento, a Bayer vai manter sua posição de liderança em saúde feminina e continuará comercializando no Brasil e na região algumas das marcas líderes deste segmento, como Yasmin, Diane, Yaz, Qlaira, entre outras. A unidade Cancioneiro continuará produzindo essas marcas de contraceptivos orais para a Bayer até que a companhia faça a transição da produção para a unidade de Weimar, na Alemanha, nos próximos anos.
“A Bayer continua absolutamente comprometida com o Brasil, o segundo maior mercado para o grupo globalmente”, ressalta Marc Reichardt, presidente da Bayer no País.
“Além disso, a inovação é uma prioridade para a Bayer em todo mundo e em todas as suas áreas de atuação. O Brasil é, sem dúvida, um dos principais focos das novas tecnologias e das soluções em saúde que têm sido desenvolvidas aqui e nos demais mercados onde atuamos”, afirma.
O anúncio acontece após meses de tratativas e diligências e foi possível depois de alinhamentos estratégicos entre as partes. Um dos principais pontos negociados foi a continuidade da operação da unidade e o bem-estar dos colaboradores, que serão transferidos para o Grupo União Química.
“Um dos pilares de crescimento da União Química está baseado na aquisição de novos negócios, tanto que essa é a nossa quarta aquisição fabril em um período de 5 anos. A transação com a Bayer nos permitirá expandir no segmento de prescrição médica e também no pilar de terceirização de produção para outros grupos farmacêuticos nacionais e internacionais”, explica Fernando de Castro Marques, presidente da União Química.
“A fábrica de Cancioneiro seguirá sendo parte importante para a operação da Bayer por um bom tempo, já que também fabricará nossas marcas, líderes na categoria”, explica Adib Jacob, presidente da Bayer Farma Brasil e líder da divisão na América Latina. “Nosso foco durante as negociações foi garantir a continuidade do funcionamento e o aumento da capacidade produtiva de Cancioneiro. Além disso, um dos nossos principais cuidados foi garantir a manutenção dos empregos dos atuais colaboradores da unidade”.
É a partir de Cancioneiro que são enviados produtos para mais de 20 países da América Latina, incluindo Argentina, México e Colômbia; além de alguns países asiáticos, como Tailândia e Filipinas. A operação contínua da fábrica, que com a negociação passa a ser conduzida pelo Grupo União Química, garantirá o abastecimento ininterrupto de todos esses mercados.
História e contribuição
Inaugurada em 1959 no Bairro de Santo Amaro, em São Paulo, a fábrica da Rua Cancioneiro de Évora produz aproximadamente 70 milhões de blisters de contraceptivos e pílulas de reposição hormonal todos os anos. Parte da Bayer desde 2006, após aquisição da farmacêutica alemã Schering, a planta passou por diversas reformas e modernizações. A última, em fase final, começou no ano passado e irá consumir 40 milhões de reais para a compra de novos equipamentos, criação de laboratórios e adequações físicas.