Especialistas falam sobre inteligência no uso do gigantesco volume de informações na Saúde

A automação de processos, os novos modelos de gestão, o volume de dados, a busca por maior produtividade e assertividade são alguns dos motores que aceleram a iminente necessidade de uma transformação digital na Saúde. 

Apesar da pandemia da Covid-19 ter acelerado esse processo no Brasil, ainda existem muitas mudanças que precisam ser feitas, especialmente com relação ao uso de dados. 

Segundo Ricardo Costa, Datacenter Partner Manager da Dell Technologies, os dados devem ser mais livres, uma vez que funcionam como combustível para a transformação digital. “Esse material auxilia pesquisadores, médicos, gestores e todo o ecossistema de saúde. A cultura das grandes instituições sempre foi muito fechada e o controle de dados restrito, então é compreensível que a ideia de torná-los mais disponíveis gera receio.” 

Antonio Nunes, Healthcare Field Director, NEMA Region – Healthcare & Life Sciences da Dell Technologies, acredita que os dados oferecem uma oportunidade de criar um sistema novo utilizando recursos que já existem.

“O compartilhamento de informações na própria instituição de saúde gera grandes mudanças, mas isso pode ser feito externamente e servir de modelo e inspiração para o resto do mundo.”

No entanto, é necessário analisar a forma que esses dados serão utilizados. Segundo Ricardo Tavares, Director, Global Industries International Strategy & Development da Dell Technologies, é necessário pensar em “que tipo de dado está sendo gerado e com qual frequência o mesmo será usado posteriormente. É fundamental estudar por qual período de tempo a instituição vai precisar manter o material, seu tamanho e como otimizar a pesquisa desse material. Cada dado precisa de uma atenção especial.”

Tavares esclarece que, para uma gestão de dados eficiente, é necessário separar essas informações em três níveis de urgência e prioridade, como Quente, Médio ou Frio. “A classificação permite que o armazenamento seja feito de forma adequada, com softwares mais simples ou complexos. E é preciso se preparar para a diferença de tamanho de cada material, porque, as imagens de um caso patológico, por exemplo, ocupam cerca de 20 vezes menos espaço do que o material de um caso de câncer, então é necessário um armazenamento diferente para cada.”

Caminho para a transformação

O sistema organizacional de um hospital é complexo e pode causar dúvidas com relação a quais devem ser os primeiros passos rumo à transformação digital. Tavares acredita que tudo começa com o planejamento e a organização. “É necessário avaliar a situação em que o cliente está, aonde ele quer chegar e quais são os maiores gaps digitais, para conseguirmos definir os passos a serem seguidos.”

Antonio Nunes reforça que não existe uma fórmula mágica para a instalação das tecnologias. “Transformação digital tem menos a ver com plataformas digitais e mais com o estado em que o hospital se encontra. Cada instituição tem suas necessidades e é necessário saber os problemas, o workflow e a visão de futuro. É praticamente impossível crescer sem esse conhecimento.”

Para Ricardo Costa, outro ponto importante é a parceria entre empresas especializadas, como Dell e Unitech, e organizações de saúde. “Não podemos ser vistos apenas como meros fornecedores de produtos, mas como um time em busca do melhor. Não basta adquirir o material e transformar a empresa, nosso trabalho envolve inteligência de mercado, consultoria, experiência, análise de status e muito estudo.”

Costa frisa que “os médicos são especialistas em medicina e nós temos expertise em TI, então precisamos nos unir em um grande time de colaboração para alcançar os objetivos em comum.”

Assista a entrevista na íntegra com os especialistas:

Essas e outras matérias você encontra na edição 77 da Revista Healthcare Management.

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