Inovação e sensibilidade
A ampliação e reestruturação do Hospital e Maternidade São Luiz Osasco, na área metropolitana da capital paulista, indica um avanço importante para a região e para os objetivos da Rede D’Or, um dos maiores grupos privados de cuidados de saúde do país. A Perkins&Will São Paulo, filial brasileira do grupo global que dispõe de 27 estúdios mundo afora, se responsabilizou pelo design e planejamento hospitalar, combinando a reforma de espaços hospitalares à construção de novos.
“O projeto comprova a capacidade da boa arquitetura em equacionar inovação e sustentabilidade, reaproveitando estruturas existentes e atendendo a padrões de excelência em saúde”, afirma Lara Kaiser, Healthcare Design Leader e Diretora de Operações da Perkins&Will São Paulo.
O ponto de partida foi o antigo Hospital Sino Brasileiro, foco de um plano diretor para acomodar 329 leitos, dos quais 71 de UTI privativa. A solução combinou a reformulação dos blocos A e B e a construção de um anexo para os blocos C e D. O design unificado criou um complexo hospitalar de onze pavimentos pensados para acomodar fluxos verticais e horizontais e assim evidenciar os percursos para pacientes, equipes médicas e visitantes.
A experiência da Perkins&Will em incorporação e design foi fundamental para consolidar a nova identidade e sua inserção local. A praça onde o complexo está localizado foi integrada ao projeto, com as copas das árvores avistadas do salão do restaurante e fluidez nos acessos. “Trouxemos um olhar para o urbanismo, apostando na qualificação do entorno e na importância de criar locais onde as pessoas gostem de estar”, explica a arquiteta Leila Ventanila, uma das responsáveis pelo projeto.
O desenvolvimento ao longo de cinco anos fez do uso de mock up um recurso fundamental, replicando o quarto de internação com régua de gases, acabamentos, mobiliários e luminotécnico, além de banheiro acessível e corredor. O modelo criado foi convertido em um dos leitos, ressaltando o compromisso com a sustentabilidade e o esforço em fazer dos custos, investimentos.
O retrofit dos blocos A e B está em andamento para receberem as salas de exames de imagens, UTIs e internações Já os blocos C e D ocupam o novo terreno, com o C abrigando pronto socorro adulto e pediátrico, alas de ginecologia e obstetrícia, centro cirúrgico com 10 salas e centro obstétrico com três salas obstétricas exclusivas, duas salas de delivery room e serviços de conveniência como o “Espaço Nascer”, no qual a família pode acompanhar o nascimento do bebê. No bloco D está a entrada principal, áreas de internação e restaurante.
A conexão entre os edifícios teve de levar em conta a diferença de pé direito entre os blocos originais, de 3,5 metros, e os novos, de 4,20 metros. Para isso, foram criadas travessias em nível, sem rampas, rebaixando os pé direitos para 3,5 metros nos andares em que a travessia se faz necessária.
“O Hospital e Maternidade São Luiz Osasco mostra como o design é capaz de contribuir para elevar padrões e ampliar as perspectivas de tratamento e cura dos pacientes por meio de espaços humanizados, pensados para proporcionar bem-estar e sem abrir mão do atendimento às normas de saúde”, resume Lara Kaiser.
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