A evolução da saúde passa por um acesso qualificado e estratégico
Nesta Semana Mundial da Saúde, aproveitamos para refletir sobre os cuidados com o bem-estar da nossa sociedade, mas também para pensar como podemos evoluir no setor como um todo. As bases para isso se chamam acesso qualificado para todos e estratégia no gerenciamento desse acesso.
Segundo uma pesquisa do DataSenado, a saúde continua sendo a maior preocupação dos brasileiros, com 26% apontando como a principal demanda. Por este motivo, a busca por uma maior capilaridade do atendimento nas esferas pública e privada, também tem mobilizado população e instituições.
Podemos identificar um paciente cada vez mais engajado, tendo o smartphone e as novas tecnologias do monitoramento de indicadores como grandes aliados, e que busca por uma modernização do fluxo. Por outro lado, empresas têm tentado melhorar a qualidade e democratizar o acesso, adicionando novas ferramentas, novos tratamentos e novos métodos
Porém precisamos de mais. Para uma distribuição estratégica na rede de atendimento, é preciso contemplar alguns passos importantes para a transformação digital acessível a todos.
É fundamental:
Um mapeamento epidemiológico e estratégico
Precisamos ir além do discurso de saúde para todos e focar no que é preciso fazer na prática. Temos um país de dimensões continentais e que precisa ser lido e pesquisado de acordo com cada contexto regional. É fato que não podemos ter a mesma visão sobre como praticar a saúde em uma capital do que em uma cidade do interior. As duas precisam ter grande eficiência, mas considerando a o perfil demográfico e epidemiológico de cada uma.
Um número reduzido de estabelecimentos de saúde tem utilizado o Big Data para análise dos pacientes (7,6 mil num universo de 120 mil), segundo o TIC Saúde 2022. Por isso é necessário um mapeamento estratégico para entender melhor a população e definir a melhor cobertura de atendimento.
Temos contextos diferentes dentro do mesmo país, e um olhar contextualizado e atencioso para o que está no entorno do hospital, da clínica ou do centro de diagnóstico é um passo importante para engajar e ampliar.
O alinhamento do paciente como protagonista
É claro que nada disso poderia ser feito sem a participação do paciente. Foi-se o tempo de decisões e análises unilaterais. Hoje todo o histórico minucioso conta, e a mudança de perfil do paciente, mais participativo, contribuiu para um atendimento mais personalizado. A esta altura já falamos em termos como Interoperabilidade, Open Health e Prontuário Único, com o cidadão sendo o grande protagonista do cuidado.
O dado de prontuário, que antes era restrito à instituição, passa para as mãos do paciente, que também passa a ter maiores noções de bem-estar e de cuidado. Segundo um levantamento da IPSOS/Pesquisa Globo Covid-19, 9 entre 10 brasileiros pretendem aumentar os cuidados com a saúde nos próximos anos.
Por isso trazer quem é atendido deve ser elencado para o centro do cuidado, criando cenários positivos para um retorno e para um atendimento qualificado.
A adoção de novas tecnologias
Além disso, as ferramentas tecnológicas também têm avançado com o tempo, e por isso devem ser de grande ajuda para a melhoria do acesso novos tipos de cuidado, menos invasivos e que permitem uma recuperação mais rápida.
O assunto de interoperabilidade e da conexão entre as diferentes peças do sistema de saúde passa pela tecnologia. Segundo a pesquisa TIC Saúde 2022,
De acordo com o mesmo relatório, 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros no país atenderam pacientes por teleconsulta, o que mostra a evolução do setor para o atendimento à distância, que deve ser ampliado ainda mais com a expansão do 5G pelo país e a própria evolução da infraestrutura de internet.
Seja na instituição ou em casa, a ampliação do acesso é urgente, mas precisa ser feita com qualidade e com estratégia, sem desequilibrar a balança.
**Artigo escrito por Guilherme Pereda, Gerente Médico da Healthcare Alliance