Shift Summit discute novos rumos da medicina diagnóstica

As novas tecnologias ganharam destaque na discussão para promover o cuidado centrado no paciente; formação de redes e acesso também foram apontados

Shift Summit reúne especialistas para discutir novos rumos da medicina diagnóstica

Nos dias 05 e 06 deste mês aconteceu a Academia Shift Summit com os temas “Governança Clínica: o papel da tecnologia na medicina diagnóstica” e “Atualização em Medicina Laboratorial, Avanços e Perspectivas”, respectivamente.

Marcelo Lorencin, CEO e fundador da Shift, mediou o primeiro dia de encontros e iniciou a rodada de discussões com uma informação importante: 70% das decisões médicas são baseadas em informações da medicina diagnóstica, ou seja, este é um pilar necessário para todo o setor Saúde.

“Temos que ser protagonistas, os prestadores de serviços têm papel fundamental nesse processo.”

Ele pontuou, ainda, que o país está em um momento de novas discussões e mudança de mentalidade, como na promoção de cuidado centrado no paciente por meio de verticalização da oferta de cuidado, do crescimento sustentável, de melhoria na gestão de desperdícios para que se use recurso para o cuidado e promoção de equidade.

“A população está aumentando e precisamos focar na prevenção e atenção à Saúde”, declarou Lorencin.

O envelhecimento da população foi citado como promotores de novas formas de cuidado, como home care e acompanhamento de doenças crônicas ou degenerativas. Tudo isso como herança da pandemia, que ainda impulsionou para a utilização de biosensores, point-of-care e telemedicina.

Débora Ramadan, diretora técnica da Afip Medicina Diagnóstica, lembrou que as novas tecnologias estão inseridas nos laboratórios para promover essa mudança. “Quando bem aplicada, vem para acabar com esse cenário fragmentado. Combinação perfeita: governança, clínica e tecnologia.”

Ainda segundo ela, vale lembrar que esta é uma fase de transição. “Estamos entendendo como fazer na prática: efetividade, eficiência, gerenciar risco, auditoria clínica, medir efetividade, entender a comunicação, experiência do paciente e gestão de pessoas e equipes”.

Adriano Basques, diretor de produtos da Shift, ponderou que, sobre a implementação de tecnologias, é necessário padronizar processos para haver uma rede de dados compartilhada e o resultado alcançado: “Deixe para a máquina fazer o que ela faz de melhor e o humano o que ele faz de melhor: cuidar e acolher, para o médico ter tempo e tomar a melhor decisão, não diminuindo, inclusive, a empregabilidade”.

Segundo o diretor, a regulamentação desse novo modo de se fazer medicina também é fundamental. “A regulamentação é importante, mas é fundamental que ela não limite todos os avanços trazidos.”

Lídia Abdalla, Presidente Executiva do Grupo Sabin, concorda. “O jeito do latino-americano é o da proximidade, a tecnologia é fundamental para tirar o que tínhamos de atrito no sistema, mas não substituindo e excluindo a humanização. Criamos um núcleo de atendimento digital com workflow na pandemia para trazer mais eficiência no atendimento. A tecnologia facilita e otimiza, mas não substitui ou enrijece o relacionamento e a vinculação.”

Segundo a executiva, atualmente, o consumidor está demandando novos diferenciais. A proposta de valor é uma ótima experiência na saúde e os laboratórios devem ir além do processamento de exames, mas ampliar sua entrega com assessoria científica e médica, investimento em novas técnicas e tecnologias.

“O que a gente vê é uma população cada vez mais interessada em medicina preventiva, com necessidade de acompanhamento contínuo da saúde, isso vai trazer qualidade de vida e racionalização dos recursos, fazendo a procura por exames mais complexos acontecer em momentos mais específicos”.

Os autotestes em um país tão grande, podem suprir a demanda em locais com menos acesso.

Ela ainda comenta sobre os testes oferecidos em farmácia para aumentar o acesso à Saúde. “O que a gente vê é uma população cada vez mais interessada em medicina preventiva, ou seja, quando consideramos autoteste, monitoramento, isso vai trazer qualidade de vida e racionalização dos recursos, fazendo a procura por exames mais complexos acontecer em momentos que realmente precisa”. Saudando todos os laboratórios, e não apenas os players, Lídia comentou não haver interesse em impedir evolução. “Principalmente num país tão grande, onde alguns municípios não têm acesso.”

No segundo dia de evento, Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), fechou os debates abertos ao público enfatizando que “o Brasil é o melhor país da América Latina para parcerias público privada”.

Ele fechou as discussões estimulando os laboratórios a explorarem as oportunidades e promover parcerias com hospitais e operadoras, formando redes para assistência e cuidado, como já vem sendo realizado.

O evento da Shift teve os dois dias abertos para o público acompanhar webinars ao vivo com os especialistas. Até o dia 14, o evento segue com reuniões on-line, porém, fechadas para clientes Shift.

As datas foram escolhidas em alusão a Semana da Saúde – dia 07 de abril a Organização Mundial de Saúde (OMS) comemorou sua fundação, em 1948, com o Dia Mundial da Saúde.

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