Hospital São Lucas Copacabana realiza cirurgia cardiovascular inédita no Brasil

Colocação simultânea dos dispositivos Navitor (Tavi) e Mitraclip foi realizada no Hospital São Lucas Copacabana para tratar insuficiência cardíaca avançada em paciente idoso

No final de maio, o Hospital São Lucas Copacabana, que faz parte da Dasa, tornou-se o primeiro do Brasil a realizar o reparo de duas válvulas cardíacas ao mesmo tempo com técnicas minimamente invasivas em um paciente com insuficiência cardíaca avançada. De acordo com Rodrigo Guerreiro, cardiologista intervencionista que conduziu a operação, a aplicação simultânea das próteses Navitor (Tavi) e Mitraclip para restaurar as válvulas aórtica e mitral, respectivamente, beneficia, sobretudo, pessoas com alto risco cirúrgico pela via tradicional, já que, nesse caso, ambas as alternativas são realizadas juntas e com incisões pequenas na perna – como em um cateterismo –, reduzindo o tempo do procedimento e as chances de complicações.

O médico explica que a Tavi (abreviação de Transcateter Aortic Valve Intervention) é indicada quando o paciente tem um estreitamento da válvula aórtica que dificulta o fluxo de sangue (estenose aórtica). Já o Mitraclip é o nome do dispositivo disponível atualmente no Brasil para reparo da válvula mitral nos casos de insuficiência, que compromete a membrana dessa estrutura e causa problemas em seu fechamento.

“Esses procedimentos são minimamente invasivos e feitos por meio de uma punção – na perna para acessar a artéria femoral para a Tavi e na veia femoral para o Mitraclip. De acordo com as diretrizes, a Tavi é indicada para pacientes com mais de 75 anos e risco moderado ou alto à cirurgia convencional, enquanto o Mitraclip é direcionado para quem possui alto risco cirúrgico, normalmente, por conta da idade ou de outras comorbidades. Existem, ainda, algumas contraindicações, dependendo da anatomia do paciente, mas avaliamos caso a caso”, explica o especialista.

O procedimento durou cerca de três horas e foi escolhido para tratar um quadro de estenose aórtica e insuficiência mitral, ambos em estado grave, que desencadearam a insuficiência cardíaca. O paciente também tem histórico de câncer de esôfago, tratado com quimioterapia e radioterapia, o que afetou diretamente a saúde do coração.

“No dia seguinte à cirurgia, fizemos um ecocardiograma transtorácico para confirmar o bom resultado das próteses implantadas. O paciente teve alta hospitalar no quinto dia depois da cirurgia, período que está dentro do esperado para recuperação desse tipo de procedimento, e, a partir de agora, deve fazer acompanhamento com seu cardiologista e exames de rotina para avaliar como está a saúde”, detalha Guerreiro.

O cirurgião ainda destaca a importância da atuação de especialistas altamente capacitados em procedimentos como a aplicação da Tavi e do Mitraclip ao mesmo tempo. Segundo ele, os implantes terem ocorrido de forma simultânea só foi possível graças à expertise da equipe de cardiologistas intervencionistas e do ecocardiografista, que já atuaram em inúmeras cirurgias para colocação tanto do Mitraclip quanto da Tavi.

Hospital São Lucas Copacabana
Tavi Navitor
Hospital São Lucas Copacabana
MitraClip

Veja mais posts relacionados

Próximo Post

Healthcare Management – Edição 92

Healthcare - Edição 92

Healthcare - Edição 92

COLUNISTAS