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Artigo | O impacto das OSS na transformação do SUS: Eficiência, desafios e boas práticas

Por Anis Ghattás Mitri Filho – Presidente da Santa Casa de Chavantes

O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e enfrenta desafios complexos, com soluções quase sempre relacionadas ao aprimoramento da gestão nas unidades assistenciais. Nesse sentido, as Organizações Sociais de Saúde (OSS) emergiram como um modelo capaz de transformar a realidade na rede pública, entregando resultados concretos no aumento de eficiência, qualidade e multiplicação do acesso aos serviços prestados à população.

O modelo de OSS, que funciona em diversas regiões do Brasil, é uma parceria a parceria entre o setor público e entidades privadas sem fins lucrativos que visa garantir uma gestão mais ágil, com metas de produtividade claras e controle de qualidade. Diversos estudos já demonstraram que hospitais gerenciados por OSS apresentam melhorias significativas em indicadores de atendimento, como redução no tempo de espera, aumento na realização de cirurgias e otimização dos recursos disponíveis.

O Hospital Municipal Universitário de Taubaté (HMUT) é um exemplo concreto de como a estratégia pode impactar positivamente o SUS. Com a entrada da Santa Casa de Misericórdia de Chavantes na administração, o hospital registrou, em apenas dois meses, um aumento expressivo de 122% no número de cirurgias ambulatoriais. Houve também a retomada de cirurgias eletivas, com crescimento de 21% em relação ao bimestre anterior, além da ampliação das consultas dermatológicas e dos exames realizados na unidade.

Além do aumento na oferta de procedimentos, a modernização da infraestrutura do HMUT foi uma consequência visível e relevante para os resultados. A aquisição de equipamentos, entre eles monitores multiparamétricos e bombas de infusão, garantiu maior segurança e resolutividade na assistência. Também foi implantado um sistema de feedback com totens de pesquisa de satisfação, permitindo que os usuários avaliem os serviços em tempo real.

As OSS também estão sendo bem-sucedidas em estabelecer transparência na aplicação dos recursos públicos, que é um ponto central do debate sobre o modelo. A sociedade civil e os órgãos fiscalizadores têm os meios para desempenhar o papel essencial de monitorar a gestão, garantindo que metas sejam cumpridas e que não ocorram desvios de finalidade. E a prestação de contas está estabelecida como um compromisso central das OSS para manter a confiança da população e dos gestores públicos.

Histórias de sucesso, como a do HMUT, servem como referência para outras regiões do país. Gestão eficiente, investimentos em infraestrutura, treinamento de equipes e um olhar atento à satisfação do paciente são pilares que podem ser aplicados em outras unidades de saúde. É fundamental que o setor público, em parceria com as OSS, continue incentivando iniciativas que valorizem a eficiência e a qualidade dos serviços prestados.

Está cada vez mais que o modelo OSS é uma alternativa promissora para enfrentar os desafios do SUS. A experiência mostra que é possível melhorar a qualidade do atendimento com gestão eficiente e compromisso com a população, e um debate contínuo sobre os limites, desafios e mecanismos de controle desse modelo, garantindo que ele atenda às necessidades da saúde pública com responsabilidade e transparência.

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