Segundo Ramos-Cerqueira (2002), “O embate que se dá entre a idealização do papel médico e a realidade da formação profissional não é tranqüilo, sendo vivido com diferentes graus de sofrimento emocional”. Ainda segundo a autora, das diferentes resoluções deste conflito terá início a formação psicológica do médico – a sua Identidade Profissional. Em meio a mudanças fundamentais na sua vida, o vestibular, as expectativas de desempenho, conflitos, renuncia a desejos, e a preparação para a disputa acirrada. Ele deve prosseguir seu trabalho dominando seus sentimentos, sem se deixar abater. Não há espaço para expressar suas dúvidas e emoções.
E quando chega ao mercado de trabalho, encontra-se de frente a outro grande desafio que é tratado de forma inadvertida, o Marketing. Nem mesmo o conceito de Marketing é apropriado para intermediar esta relação de valorização e humanização de ambos os lados (paciente e médico). Existem muitas versões da definição de Marketing, mas podemos resumir em “adaptar o produto para atender aos anseios do consumidor, criar desejo”. Você modifica o produto, melhora, troca o nome, a embalagem e tudo mais para atender ao anseio do consumidor. Está perfeito, sem problemas. Isto funciona muito dentro do modelo B2C (Business-to-consumer).
O problema e a confusão começam quando você tenta fazer a mesma coisa com pessoas. Você não pode simplesmente virar uma pessoa de ponta-cabeça para atender aos anseios de outro. Você forma pessoas fakes, infelizes, não aproveita toda a sua potencialidade e pode até causar mais problemas. O processo é totalmente o contrário. Uma pessoa tem propósito, habilidades, competências e valores. E você deve agora utilizar tudo isso para construir uma Imagem Profissional, a melhor versão de si mesmo. Para que você consiga projetar principalmente o seu propósito e se conectar com pessoas.
A nova tendência de se relacionar e fazer negócios é realmente importante porque é uma mudança da forma de pensar e agir. Não é mais B2B e nem B2C, e sim Human-to-Human. E nós ainda estamos meio cá, meio lá, nessa transição. É uma quebra de paradigma de total formalidade. Não é mais uma empresa falando com você. A conexão é direta, não precisa de jornal, tv, marca. Você só precisa de um Human. As pessoas e suas redes sociais já tem mais audiência do que todos os veículos de comunicação do mundo.
A nova era é uma conquista de independência pra vender-se a si mesmo e o seu serviço. O profissional não precisa mais de um porta-voz. Ele pode falar por si. E se a nova era é de humanos para humanos, então todo poder deve ser dado a eles, para torná-los maiores e mais valiosos. O pincel e a tinta para que eles desenhem a sua própria imagem profissional já estão ao seu alcance.
E mais do que isso, ele pode mostrar quem ele é num sentido mais amplo do que somente o profissional. As pessoas querem se conectar com humanos! Ramos-Cerqueira (2002) lembra que com freqüência, a competência técnica não é a qualidade médica mais valorizada pelos pacientes. E nesse sentido criar uma imagem é trazer para fora todas as suas habilidades, sentimentos e objetivos, e estar mais perto do seu interior, da sua felicidade, do seu potencial máximo.
O desenvolvimento de um Human deve ser de dentro pra fora, e não o contrário. Um Human é uma pessoa única. Esse é o caminho da evolução. Utilizar as suas autoridades e o seu conhecimento para criar sua própria identidade e imagem. O potencial máximo da carreira é quanto você equilibra imagem e conhecimento. A imagem é uma “Ponte” entre o seu conhecimento e o mercado. Quanto mais você comunica e externaliza, mais você está próximo do seu potencial máximo. Mais pessoas podem atravessar a “Ponte” e tem acesso ao seu conhecimento, isso é construir uma Imagem Profissional. Isso é ser um Human da nova era.
- Artigo escrito por Felipe Bondezan, CEO na Image Master.