Um espaço para se ouvir outras vozes. Assim foi o 23º Congresso Abramge |
14º Congresso Sinog – Saúde Suplementar: Desafios e Perspectivas, evento realizado
em agosto, na cidade de São Paulo.
Com o tema “A Integração dos Stakeholders”, o Congresso trouxe expectativas
dos diferentes atores da saúde suplementar (governo, médicos, hospitais, indústria e
operadoras de planos de saúde). Dentre os diversos temas debatidos, estão assuntos
como judicialização da saúde, compliance e modelo de remuneração.
Reinaldo Scheibe, presidente da Abramge (Associação Brasileira de Planos de
Saúde), explica que a escolha do tema foi sugerida pelos próprios congressistas em
edições anteriores. “Nós ouvimos os presidentes das principais empresas, que fizeram
uma projeção de como seriam os próximos cinco anos do evento, e dentro dessa
proposta surgiram os temas de integração dos atores e as mudanças de paradigmas”.
Importantes discussões
A primeira apresentação do Congresso foi realizada pelo ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que traçou um panorama político do país. Sobre as
eleições, lembrou da necessidade de se observar os candidatos com atenção: “não
será fácil, mas precisamos de mais união e menos ódio. Ganhe quem ganhar, devemos
acreditar na recuperação do país”.
Fabrício Campolina, coordenador do Grupo de Trabalho de Modelos de
Remuneração do ICOS (Instituto Coalizão Saúde), também foi um dos palestrantes
dessa edição. O executivo trouxe a visão da Indústria de Produtos para a Saúde. Em
seu discurso, debateu o necessário equilíbrio entre três frentes: a percepção do
cidadão quanto à experiência assistencial; a prevenção de tratamentos apropriados
que proporcionem desfechos clínicos de alta qualidade; custos adequados em todo o
ciclo de cuidado, permitindo a sustentabilidade do sistema de saúde.
Martha Regina de Oliveira, Diretora-executiva da Anaph (Associação Nacional
de Hospitais Privados) também foi palestrante no evento e deixou uma interessante
provocação dividida em quatro questionamentos. Em primeiro lugar, o quanto a
desconfiança custa no setor da saúde; também a troca de mindset necessária em
relação à mudança que vem de forma positiva e não negativa. Ademais, como preparar
o futuro fazendo o presente. E finalmente, sobre o Mundo 4.0, como a saúde não “domina” mais a saúde.
Conselheiro Efetivo do Conselho Federal de Medicina, Salomão Rodrigues Filho
trouxe para discussão a importância do diálogo entre três partes: o paciente
(consumidor), o médico (prestador) e a operadora (administrador). O palestrante falou
sobre importância dos atores da saúde suplementar estarem equilibrados e bem
distribuídos.
Para a Conferência de Encerramento, a Economista-chefe da XP Investimentos,
Zeina Latif apresentou um panorama econômico do Brasil no cenário mundial. Dentre
os dados discutidos, foi colocado em pauta a difícil agenda de ajustes estruturais e a
preocupação com as reformas necessárias.