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A maturidade da gestão como remédio para um sistema ineficiente

Aumentar a maturidade de gestão. Para Roberto Gordilho, CEO da GesSaúde, essa é uma das soluções para as
inúmeras mudanças que o mercado de Saúde vem passando durantes os últimos anos, como as transformações no modelo de remuneração – sistema que está migrando de fee-for-service para pagamento por performance.

“Os hospitais estão vivendo a tempestade perfeita na Saúde, que é formada por alguns fatores externos somados a um conjunto de ineficiências internas. Essa tempestade coloca em risco a saúde e a operação das instituições”, analisa Gordilho.

Sob este ponto de vista, o executivo pontua alguns entraves, como a falta de planejamento, o alto turnover, as
equipes desmotivadas, a ineficiência no processo de faturamento e a falta de gestão de custo nas instituições. “O
sistema de Saúde do Brasil está doente. Tem muita gente dizendo que o problema da Saúde é gestão”, acrescenta. Para empasses como esses, Gordilho acredita que a resposta seja bem simples: o aumento da maturidade de gestão.

“O setor precisa de resultados. Mas, o que é resultado em Saúde? Ele envolve quatro elementos: segurança do paciente, qualidade do atendimento, eficiência dos processos e melhoria dos resultados financeiros. Todas as instituições devem ter uma assistência segura, de qualidade, eficiente e que gere os resultados financeiros que proporcionarão sustentabilidade e crescimento às unidades de saúde”, explica o executivo.

Segundo Gordilho, durante os últimos 20 anos, os hospitais “confundiram informatizar com melhorar a gestão”. O CEO da GesSaúde defende que a informatização melhora a gestão, mas não significa que ela irá evoluir e ou aumentar a sua maturidade.

“Quando as instituições realizam projetos de informatização, na grande maioria das vezes, os processos não são revistos. Isso significa que elas continuam funcionando da mesma forma, só que eletrônicas. Mas os problemas
continuam, ou seja, falta uma estratégia clara, falta o trabalho com as pessoas, não basta dar o treinamento
operacional do sistema, precisamos efetivamente capacitá-las”, critica.

Nesse sentido, de acordo com o executivo, não é possível pensar em melhorar a gestão de forma contínua e sustentável trabalhando apenas as questões tecnológicas. “Quando falamos de maturidade de gestão, falamos necessariamente de cinco elementos: governança corporativa, estratégia empresarial, tecnologias de gestão, gestão de processos e gestão de pessoas.”

O caminho das pedras

O Programa de Aceleração da Maturidade de Gestão da Saúde (PROAMA), desenvolvido pela GesSaúde, foi criado para endereçar as necessidades e amadurecer a gestão de hospitais de pequeno e médio porte.

O projeto contempla diversas atividades – como workshops, revisão do plano empresarial (planejamento estratégico) e programa de capacitação – que são desenvolvidas ao longo de 12 meses para criar uma nova cultura no hospital, focada em resultados para o paciente e para a instituição.

“Não é possível evoluir uma instituição sem evoluir as pessoas. Por isso, nosso foco, tanto no PROAMA, como nos programas de treinamento, é preparar e capacitar gestores para um mundo em que o hospital é uma empresa que precisa ser eficiente e dar resultados, tanto para o paciente quanto para a instituição”, explica Roberto Gordilho, CEO da GesSaúde.

Além do PROAMA, Gordilho aconselha que, para que os hospitais aumentem a sua maturidade de gestão, é necessário a união em parcerias de resultados. “Esse é o modelo de trabalho onde as instituições se unem com um objetivo específico para potencializar e alcançar resultados que individualmente seriam mais difíceis ou inviáveis de conseguir sozinhas”, finaliza.

Hospital-empresa
“Quando falamos de estratégia, governança, BPM, tecnologias e gestão de pessoas, muitos gestores se sentem perdidos, mas essa é a nova realidade do mercado de trabalho e dos hospitais. O gestor precisa de conhecimento técnico e conhecimento de gestão”, diz Gordilho. Para o CEO da GesSaúde, “os gestores são excelentes técnicos que foram promovidos, mas a grande maioria deles não tem conhecimento dos fundamentos básicos de gestão,
aprendem fazendo”. Segundo o executivo, esse fenômeno é resultado do trabalho das faculdades da área de Saúde, que não preparam os profissionais para fazerem gestão. “É necessário equilibrar a gestão empresarial e a gestão assistencial, gerando assim resultados para o paciente e para a instituição. Porém, muitos gestores não foram preparados para esse mundo.”

Esta matéria foi publicada na 53ª Revista HealthCare Management.

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