O valor da instituição que é acreditada espelha-se na qualidade e segurança da assistência prestada ao paciente, na melhoria da gestão dos processos, no desenvolvimento dos profissionais e, consequentemente, no reconhecimento em ser referência no setor. É dessa forma que o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos (CHEV) avalia o valor de uma acreditação.
Atualmente, a Instituição possui a ONA Nível III, desde 2009, e também a ISO 9001, conquistada em 1999. Para o diretor da Instituição, Dario Antonio Ferreira Neto, o caminho para a conquista do selo envolve uma série de desafios e força a instituição a passar por uma mudança de cultura. Entre os pontos de mudança, o executivo destaca o envolvimento de todos profissionais, de forma a reconhecer a importância dos benefícios da acreditação hospitalar e a aceitarem a mudança de cultura, o desenvolvimento de políticas, procedimentos e indicadores de gestão de processos organizacionais e a maturidade para analisar criticamente os resultados e propor ações de melhoria. Além disso, o processo de certificação exige da unidade de saúde que toda infraestrutura, equipamentos, tecnologia e capacitação dos profissionais correspondam aos critérios estabelecidos pela acreditadora.
Se quiser se manter competitivo, os investimentos devem ser contínuos.
Outro desafio apontado é a manutenção do selo após sua conquista. Para manter a acreditação Nível III, a Instituição sustenta a gestão de excelência por meio da participação direta da alta direção. Esse envolvimento contempla o acompanhamento de resultados e estabelecimento de diretrizes, realização de planejamento estratégico, capacitação contínua, formação de comissões multidisciplinares com a atuação do corpo clínico, desenvolvimento de ferramentas de gestão, fluxo de comunicação eficaz na divulgação dos resultados e na implantação de novos processos e busca constante por inovações na qualidade assistencial.
A implantação desta cultura tem por objetivo avaliar e implementar a qualidade dos serviços prestados, identificando os perigos, estruturando barreiras de segurança, proporcionando diminuição de riscos institucionais, assistenciais e ocupacionais, por meio da adoção de práticas mais seguras e melhoria contínua.
O impacto desses resultados no CHEV foi o desenvolvimento e a maturidade dos profissionais, que possibilitou a gestão integrada e segura dos processos, garantindo a continuidade da assistência, o fluxo seguro e transparente no atendimento ao paciente, gerenciamento dos acordos entre as áreas e a definição e monitoramento de resultados organizacionais e assistenciais.
Unidade de Quimioterapia e Infusão do CHEV
Plano terapêutico
Os bons resultados obtidos com a acreditação influenciaram positivamente na tomada de decisões de gestão assertivas, como a elaboração do plano terapêutico, estimulando a confiança dos pacientes e profissionais envolvidos.
Neste plano, a Linha do Cuidado Estruturada é o fluxo assistencial seguro, com metas terapêuticas determinadas, incluindo tempo de duração da assistência, que garante o atendimento à todas as necessidades do paciente, oferecendo assistência individualizada, integral e humanizada.
A equipe multidisciplinar realiza o planejamento assistencial, prepara o paciente e família ao longo da internação para a continuidade do tratamento de forma segura, após a saída hospitalar; avalia o resultado da execução do plano terapêutico; faz o acompanhamento pós alta; discute os resultados, baseados nas metas, com foco em melhoria contínua.
A avaliação do resultado permitiu que fossem realizados ajustes no fluxo assistencial, através de acordos entre as equipes multidisciplinares, com benefícios direto ao paciente. Por exemplo: a redução do tempo de internação. Outro ganho, foi que o desenvolvimento do fluxo assistencial induziu à percepção de valor de todos os envolvidos: equipe de trabalho, paciente e acompanhantes.
Em relação às fontes pagadoras, o desenvolvimento do plano terapêutico proporcionou o acompanhamento das metas diárias pela equipe multidisciplinar, assegurando o tratamento certo, a alta no tempo programado, refletindo no resultado financeiro de forma positiva, evitando reinternações e, consequentemente, o aumento das despesas hospitalares.
Esta matéria foi publicada na 53ª Revista HealthCare Management.