Nos últimos três anos, o mundo todo passou por profundas e velozes transformações em todos os setores da sociedade. Dentro desse cenário, o aspecto da digitalização de serviços ganhou patamares nunca vistos e, com a chegada e avanços da Inteligência Artificial, essa movimentação deve ser ainda mais intensificada.
Um dos segmentos que mais têm aplicado a transformação digital em seus processos é o da Saúde, um dos mais relevantes em qualquer país. Para se ter uma ideia, em 2024, o orçamento total do Ministério da Saúde para a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) totaliza R$ 556,3 milhões, cinco vezes mais do que o de 2022, quando o investimento foi de R$ 116,7 milhões. As ações no campo da pesquisa, por meio do Ministério da Saúde, representam ações concretas do governo em prol da CT&I como ponto central de uma política de Estado capaz de transformar a Saúde em vetor de desenvolvimento. As Chamadas Públicas foram lançadas em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), parceiro do Ministério da Saúde.
É aqui que o Open Health ganha os holofotes. Em linhas gerais, trata-se de um conceito que trata de tornar abertos todos os dados de Saúde, de forma transparente e ética, em todos os agentes atuantes, como o SUS, hospitais e clínicas públicos e privados e até mesmo planos de saúde.
Da mesma forma que o sistema financeiro, um dos mais digitalizados nos últimos tempos, tem incentivado o movimento chamado de Open Finance, o de Saúde passou a entender que o compartilhamento de dados, respeitando as leis da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), pode ser vantajoso para todas as partes.
Atualmente, o Open Health oferece a vantagem de que o médico consegue ter acesso a todos os dados/históricos de doenças de seus pacientes, possibilitando um olhar holístico sobre essa pessoa e indicando os melhores tratamentos.
Outro ponto interessante do Open Health é que ele atua sobre um pilar que contempla a experiência do paciente, gerando mais personalização e atenção plena; otimização de processos com mais agilidade e eficiência e, por fim, a geração de Maior Valor Agregado, fidelizando e atraindo novos pacientes para as instituições de saúde.
Como dito no início deste artigo, a transformação digital na Saúde é um caminho inevitável e vem impulsionando inovações extraordinárias. Esse tema é vasto e, certamente, abriria portas para outras discussões. Para concluir, gostaria de ressaltar a importância do Open Health e o tratamento cuidadoso dos dados de pacientes. Nesse contexto, as soluções de compliance e LGPD tornam-se essenciais. Essas soluções são desenvolvidas para garantir que dados sensíveis sejam gerenciados com segurança e de acordo com a legislação vigente, protegendo a privacidade dos pacientes e evitando violações. Exemplos incluem sistemas que monitoram o acesso a informações de saúde, criptografam dados e limitam o compartilhamento apenas a profissionais autorizados. Além disso, o compliance assegura que práticas e protocolos estejam em conformidade com as exigências legais e éticas, promovendo transparência e confiança.
Ao investir em compliance e LGPD, instituições de saúde criam uma rede de proteção e confiança, que beneficia não apenas gestores e profissionais, mas, acima de tudo, pacientes. Dessa forma, promovemos uma saúde mais segura e responsável para todos. Além disso, é fundamental que as instituições contem com fornecedores qualificados para investir em visibilidade e construir uma reputação digital sólida. Essa estratégia reforça a confiança do público e assegura que os esforços em compliance e proteção de dados se traduzam em uma imagem de credibilidade e segurança.
*Felipe Rizzo é CEO da Doctoralia