Por Danilo Magri, CEO da Logmed
É necessário oferecer suporte completo aos clientes, simplificar processos e trazer mais previsibilidade às operações financeiras
A logística de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) é uma engrenagem fundamental no setor de saúde – trabalhar com materiais que impactam diretamente na vida dos pacientes, exige precisão, eficiência e, acima de tudo, agilidade – senso de urgência.
No entanto, quem atua nesse mercado sabe que a retenção de faturamento é um dos principais desafios que enfrentamos e esse problema, que surge principalmente devido a divergências em auditorias, atrasos na liberação de pagamentos por parte de hospitais e operadoras e questões burocráticas, afeta diretamente o fluxo financeiro das empresas, gerando custos adicionais e podendo até atrasar tratamentos médicos urgentes.
Posso citar aqui como exemplo, a Logmed, sentimos no dia a dia o peso desse desafio – não é fácil gerenciar a cadeia logística de produtos tão sensíveis enquanto lidamos com retenções de pagamento que muitas vezes demoram meses para serem resolvidas. Nesse nicho de mercado o trabalho precisa ser constante, é necessário criar soluções que não apenas melhorem os processos, mas também ajudem os clientes a superarem essas barreiras.
Acredito que um dos grandes diferencias esteja no atendimento dedicado às cirurgias, este precisa ser realizado por um time experiente, treinado e comprometido com esta demanda. É primordial treinar equipes responsáveis para gerir todas as etapas que antecedem o procedimento: desde a cotação e liberação dos materiais com os convênios até o agendamento das cirurgias com os hospitais.
Atuar com processos claros e bem organizados, reduz erros, evita atrasos e agiliza o envio da documentação necessária para faturamento. E isso faz toda a diferença na hora de minimizar retenções e garantir que nossos clientes possam focar no que realmente importa: o cuidado/atendimento ao paciente.
Uma frente que nos fez alavancar e pode ser usada como exemplo foi criar soluções específicas, gerenciamos o estoque utilizando WMS e rastreando todas as etapas do processo – do recebimento à expedição. Isso garante total controle e visibilidade sobre os materiais, reduzindo divergências e evitando problemas que possam bloquear ou atrasar o faturamento.
Outra ferramenta essencial que desenvolvemos é o Supercontagem, um sistema próprio de gestão e contagem de estoques consignados e com ele fazemos auditorias periódicas que identificam a quantidade, lotes e validade dos produtos, além de organizar fisicamente o estoque e segregar materiais, quando necessário. Esse sistema gera relatórios detalhados que ajudam nossos clientes a identificar oportunidades, evitar perdas por vencimento e otimizar o fluxo financeiro.
Olhando para o cenário como um todo, sabemos que a retenção de faturamento não é algo que será resolvido da noite para o dia, mas a determinação e foco pode mudar esse panorama. Acredito que a missão dos operadores de soluções logísticas especializados na área da saúde seja oferecer suporte completo aos clientes, simplificar processos e trazer mais previsibilidade às operações financeiras.
Entendo que cada paciente, procedimento e material armazenado, separado ou transportado carrega consigo uma história e um impacto direto na vida das pessoas. Por isso, as soluções vão além de tecnologia ou processos bem estruturados: elas refletem o compromisso de fazer a diferença no setor. Reduzir a retenção de faturamento não é apenas uma questão financeira – é uma forma de garantir que toda a cadeia de saúde funcione com mais eficiência e, principalmente, que o paciente receba o cuidado que merece.
