As Tecnologias para 2024 na visão de líderes

Muitos movimentos ainda devem acontecer na área da Saúde em 2024. São esperados avanços que promovam melhor assistência à população, tanto no âmbito da prevenção quanto do tratamento. A sustentabilidade do sistema também é um assunto que deve estar em pauta nas ações do setor.

Para que esses movimentos aconteçam, é necessário o envolvimento de todo o setor, o que engloba esfera pública, saúde suplementar, healthtechs, indústria farmacêutica e de dispositivos médicos, e todos os demais agentes desse universo tão grandioso. 

A incorporação tecnológica tem aumentado ainda mais o seu ritmo, complexidade e impactos. Produtos e serviços digitais, por exemplo, estão contribuindo com ao menos dois aspectos fundamentais ao longo da jornada do paciente: engajamentos cada vez mais precoces e frequentes ao sistema de saúde e maior eficácia nos protocolos de prevenção e de tratamento. 

O desafio do setor é trazer a integração das tecnologias e dos dados do paciente, muitas vezes fragmentados entre diferentes organizações e plataformas, de forma a possibilitar a amplificação dos benefícios ao sistema como um todo, dentro de um ambiente mais transparente, seguro e ético.

Alberto Lott, Diretor sênior de Saúde da Falconi

De acordo com o diretor sênior de Saúde da Falconi, consultoria em gestão empresarial e de pessoas, Alberto Lott, o conceito de open health nunca esteve tão forte nas discussões. Trata-se de uma iniciativa inovadora que consiste em compartilhar dados entre instituições públicas e privadas, crucial para reduzir ineficiências do ecossistema.

Em outro aspecto, novas tecnologias para medicamentos e equipamentos são geradas em um ritmo nunca visto. Ao mesmo tempo em que esse cenário gera diversas oportunidades, tanto de melhoria de desfecho quanto de negócios, pressiona o ecossistema a ser mais veloz na adaptação a melhorias e eficiente para conter custos adicionados. 

“Cada vez mais, será preciso focar em tecnologias e soluções baseadas no uso intensivo de dados e inteligência artificial, trazendo eficiência para as áreas assistenciais, operacionais e administrativas”, alerta Lott.

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Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed)

Para Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), quando se fala em tecnologia, uma tendência crescente envolve o uso da inteligência artificial na análise de dados laboratoriais e de imagem, prometendo diagnósticos mais rápidos e precisos, embora questões éticas e regulatórias devam ser consideradas. 

Ainda de acordo com Milva, é pontual considerar a interoperabilidade entre diferentes sistemas de saúde, visando otimizar a troca de informações e proporcionar uma visão abrangente dos dados do paciente. “O objetivo é aumentar a eficiência do setor, promovendo maior sustentabilidade do sistema de saúde como um todo”, explica. 

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Sérgio Rocha, presidente da ABRAIDI

“A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) enxerga as inovações como uma forma de tornar a saúde ainda mais acessível ao maior número de pessoas. O estudo ‘Índice ABIIS Importação’ mostrou claramente isso ao analisar os preços praticados, nos últimos 15 anos, na importação de produtos médico-hospitalares que tiveram defasagem média de 0,4% ao ano e acumulam uma perda real de 5,2%, no período de uma década e meia”, destaca o presidente da entidade, Sérgio Rocha.

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Vera Valente, diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)

Na saúde suplementar não é diferente. De acordo com Vera Valente, diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), a principal agenda para 2024 gira em torno do processo de incorporação de tecnologias, que tem uma relação direta com a sustentabilidade do setor. 

“A tecnologia ocupa papel central nas medidas para racionalizar o uso do sistema, aumentar a eficiência e reduzir custos são desafios em âmbito mundial. O sistema precisa ser repensado e reorganizado para fazer frente à transição. A inteligência artificial (IA) tem evoluído rapidamente na área da saúde, destacando-se os usos no âmbito da gestão e no combate e prevenção a fraudes.”

Outras propostas para aprimorar a saúde suplementar incluem a permissão da oferta de planos exclusivos de consultas e exames, atendendo a anseios de parte significativa da população; a defesa do rigor na incorporação de tecnologias; acordos para compartilhamento de riscos com a indústria farmacêutica; e a mobilização para prevenção e combate às fraudes.

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Antônio Britto, diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Antônio Britto, diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), entende que as tecnologias pouco ou não invasivas são uma realidade. Para ele, a medicina personalizada é uma área que tende a crescer. 

“Promover o acesso à saúde a um número cada vez maior de pessoas que necessitam é um desafio, já que temos registrado o aumento de doenças causadas pelas condições de vidas dos grandes centros urbanos, pelo aumento da expectativa de vida e, consequentemente, uma população mais idosa e com necessidades mais específicas”, avalia Britto.

Britto destaca ainda a incorporação tecnológica e jornada digital do paciente. “Já estamos vivendo esse cenário e isso segue em crescimento na rede suplementar e na pública. A pandemia deu um grande impulsionamento no uso em maior escala da telemedicina. Mais recentemente temos as cirurgias robóticas e IA sendo não só discutidas, mas implantadas com grandes potenciais de impacto para o dia a dia da instituição de saúde.”

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