O Grupo São Cristóvão Saúde conta agora com uma unidade de UTI Neonatal Neurológica especializada no monitoramento cerebral de bebês prematuros e/ou que nascem com complicações, como asfixia perinatal, conhecida como falta de oxigenação na hora do parto. O Hospital São Cristóvão, localizado na Mooca, em São Paulo, é o primeiro da região Leste da capital a adquirir o sistema.
Trata-se de uma Central de Monitoramento 24h, desenvolvida pela PBSF – Protecting Brains & Saving Futures (Protegendo Cérebros e Salvando Futuros), uma organização privada que utiliza metodologias de neuroproteção e diagnóstico precoce de lesões cerebrais, minimizando o risco de sequelas neurológicas em recém-nascidos.
Denominado aEEG (eletroencefalograma de amplitude integrada), trata-se de um monitor com câmera que fornece informações sobre as atividades cerebrais do paciente, o que permite identificar precocemente possíveis distúrbios neurológicos. O monitoramento pode ser realizado de forma remota por uma equipe profissional especializada, permitindo acesso aos exames 24 horas.
A tecnologia, que está funcionando na unidade desde o mês de março, foi trazida pela Drª Ludmila de Freitas Ventura Simões, neonatalogista do Grupo São Cristóvão Saúde. “Com o auxílio desse sistema, podemos proteger o cérebro de pacientes com risco para injúria cerebral de maneira rápida, prevenindo sequelas em curto, médio e longo prazo”, explica.
De acordo com a pediatra e neonatologista Dra. Claudia Conti, responsável pela Unidade Neonatal da Maternidade São Cristóvão, até o momento cinco bebês passaram pelo monitoramento, sendo três prematuros extremos e dois de termo (nascidos com mais de 37 semanas de gestação).
A pediatra conta que o monitoramento identificou uma convulsão subclínica em um dos bebês de termo, ou seja, um quadro convulsivo que não apresenta sintomas perceptíveis. “O aEEG permitiu que essa convulsão fosse percebida e tratada no ato, evitando sequelas neurológicas”, conta.
“Essa tecnologia contribui para os cuidados com os recém-nascidos prematuros também, além da introdução de um tratamento mais assertivo e humanizado, reduzindo as chances de sequelas futuras que possam interferir no desenvolvimento e crescimento da criança”, destaca Dra. Claudia.
Conforme dados mundiais e da PBSF, há grande incidência de crises epilépticas em bebês com algum tipo de alteração neurológica.
Segundo a Dra. Ludmila, além desses casos, há também situações em que bebês apresentam pequenos sinais de uma possível convulsão, mas que, de fato, estão apenas com um quadro de glicemia baixa, alteração de algum eletrólito ou um reflexo do prematuro mais exacerbado. “Dessa forma, evita-se que o paciente tome medicações sem necessidade, tornando a monitoração essencial para a tomada de uma decisão precisa”, enfatiza a médica.
“Sabemos que, caso não sejam oferecidos os tratamentos adequados, cerca de 35% dos sobreviventes terão que viver com déficits neurológicos. A metodologia da PBSF consiste no monitoramento contínuo da criança, o que permite verificar a saúde cerebral e, principalmente, se o bebê está tendo crises convulsivas. Mais de 80% das crises convulsivas são subclínicas, ou seja, sem sinais aparentes”, explica o neonatologista e fundador da PBSF, Dr. Gabriel Variane.
Para o Presidente/CEO do Grupo São Cristóvão, Engº Valdir Pereira Ventura, essa parceria com a PBSF representa um grande desenvolvimento tecnológico para a rede e vai trazer muitos benefícios. “Essa implantação faz parte da nossa estratégia de modernização em prol da prevenção e melhoria da qualidade de vida, um dos pilares do Grupo, que visa aperfeiçoar o atendimento a nossa comunidade”, comemora.
O sistema da PBSF inclui monitoramento remoto, exame neurológico, neuroimagem e neuroproteção (hipotermia terapêutica). Além dos equipamentos para a implantação da UTI Neonatal Neurológica no São Cristóvão, foram discutidos protocolos e realizados treinamentos com toda a equipe.