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Casa de Saúde Menino Jesus de Praga investe R$ 4 mi em inovação

Instituição aposta em tecnologia, modernização e crescimento da capacidade assistencial para transformar o acolhimento de PCDs neurológicos no Brasil

Atuando no acolhimento e reabilitação de pessoas com deficiência neurológica e motora de alta complexidade em saúde, a Casa de Saúde Menino Jesus de Praga inicia 2025 com um plano estratégico robusto.

Com um investimento expressivo, captado por meio de emendas parlamentares, editais do Ministério Público e doações de pessoas físicas e jurídicas, a instituição aposta na modernização tecnológica e expansão da capacidade de atendimento, visando um serviço cada vez mais eficiente e humanizado.

Com 41 anos de atuação, a Casa não apenas se consolidou como modelo de assistência no Brasil, mas também lidera a discussão sobre a necessidade de uma política pública nacional voltada ao acolhimento em saúde de PCDs.

Atualmente, a instituição conta com 100 leitos, atendendo 55 pacientes.

“Muitas dessas pessoas permanecem em leitos hospitalares por longos períodos, sem receber os cuidados especializados que necessitam, o que compromete a eficiência do sistema hospitalar. Aqui na Casa, os acolhidos têm assistência permanente e qualificada, em um ambiente estruturado, humanizado, voltado à reabilitação e, em alguns casos, ao cuidado paliativo”, destaca Arno Duarte, Diretor Executivo da instituição.

 

Em uma estimativa de 12 meses, o acolhimento de 55 pacientes com alta dependência clínica na Casa evita a ocupação de aproximadamente 20.075 dias em leitos de UTI hospitalar, o que permite que cerca de 2.007 pessoas em situação aguda sejam atendidas na rede hospitalar pelo SUS.

Essa atuação demonstra o papel estratégico da instituição na desospitalização humanizada e no alívio da sobrecarga do sistema público de saúde, otimizando recursos de altíssimo custo e ampliando o acesso ao cuidado intensivo para quem realmente precisa.

Inovação e tecnologia para um atendimento mais seguro

Com o investimento de R$ 4 milhões nos próximos 24 meses, a instituição está implementando diversas inovações tecnológicas com o objetivo de elevar os padrões de qualidade e segurança assistencial.

Entre as principais iniciativas:

– Sistema de gestão integrada com prontuário eletrônico completo, garantindo rastreabilidade, agilidade e segurança no atendimento;

– Monitoramento em tempo real dos sinais vitais e ventiladores mecânicos, promovendo respostas clínicas mais rápidas;

– Uso de inteligência artificial para análise de deterioração clínica e no suporte à gestão medicamentosa, otimizando a segurança clínica;

– Capacitação da equipe em tecnologia e inovação para garantir uma transição digital eficiente e humanizada.

“A tecnologia vem para potencializar o nosso cuidado, sem jamais substituir o elemento humano. O foco é garantir um atendimento mais seguro, ágil e com mais qualidade para os acolhidos”, reforça Duarte.

R$ 3 milhões em obras estruturais em 2025

Paralelamente à transformação digital, a Casa já investe R$ 3 milhões em melhorias físicas que permitirão ampliar a capacidade imediata e qualificar a estrutura existente.

Os recursos estão sendo aplicados em:

– Ampliação de 10 leitos de internação;

– Instalação de um tanque de oxigênio, garantindo mais autonomia e segurança;

– Novo elevador hospitalar para camas e macas;

– Reforma da área administrativa, que foi transformada em um espaço de coworking para ampliar a integração das equipes.

Projeto “Casa do Futuro” prevê ampliação para 134 leitos e investimento estimado em R$ 20 milhões

A Casa de Saúde também projeta a ampliação de sua estrutura para 134 leitos nos próximos anos.

A proposta é evoluir para uma estrutura hospitalar completa, capaz de absorver a demanda crescente gerada pelo avanço nas discussões sobre a tipificação do modelo de acolhimento em saúde para pessoas com deficiência, tema que atualmente tramita como projeto de lei e tem ganhado força nacional.

A estimativa de investimento é de R$ 20 milhões, que serão captados via emendas parlamentares e editais públicos e internacionais.

Sustentabilidade e apoio da sociedade

Apesar do avanço em inovação e estrutura, os recursos obtidos estão vinculados a áreas específicas.

Para manter o funcionamento da Casa, é necessário apoio contínuo para despesas operacionais como alimentação, higiene, medicamentos, vestuário, folha de pagamento e manutenção assistencial.

O custo médio mensal por acolhido gira em torno de R$ 30 mil, cobrindo equipe multidisciplinar, estrutura e insumos médicos.

Para isso, a Casa aposta em:

– Programa “Amigos da Casa”, com doações recorrentes

– Parcerias com hospitais, universidades e institutos de pesquisa;

– Ampla articulação com o setor público e privado para garantir a sustentabilidade do modelo.

“Nosso compromisso é garantir que nenhum paciente fique desamparado. Para isso, é fundamental o engajamento da sociedade e o reconhecimento, por parte das políticas públicas, da relevância desse modelo de cuidado especializado”, reforça Duarte.

 

O gestor destaca que o modelo assistencial da Casa representa uma alternativa altamente especializada e sustentável para o cuidado de pessoas com deficiência neurológica e motora de alta complexidade.

“Nosso trabalho vai além do acolhimento. Oferecemos reabilitação, cuidado paliativo e um ambiente humanizado, que respeita a dignidade de cada indivíduo e proporciona qualidade de vida com segurança clínica e suporte permanente de equipe multiprofissional”, completa.

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