Consolidar-se na área de infraestrutura hospitalar não é tarefa simples. Entre especificações, normas, diretrizes e padrões técnicos, não é incomum que as obras sejam realizadas com as instituições em pleno funcionamento, acrescentando riscos e pedindo por cuidados intrínsecos.
É o caso do Hospital São Bernardo, parte do contingente de unidades espalhadas pelo Sudeste do Grupo NotreDame Intermédica, que passa por obras de retrofit geral divididas em 13 fases. Iniciadas em janeiro de 2018, a reformulação de grande parte das estruturas da Instituição tem duração prevista de dois anos e dez meses, período durante o qual o HSB segue com as atividades ininterruptas.
Cuidado e logística
Ricardo Massao Ishihara, diretor da LZA Engenharia, pontua que nestes casos as intervenções devem ser muito bem calculadas e planejadas, pensando sempre na segurança e bem estar não apenas do pacientes, mas de todos os envolvidos. “Precisamos construir uma estrutura no meio do hospital, que só funcionou pois negociamos com a instituição, a partir de uma sugestão de fluxo, isolar totalmente a área da construção, com acesso direto para a rua.”
Para Ishihara, substituir a estrutura antiga sem interferir no fluxo comum e operação do Hospital São Bernardo, em especial devido às condições da antiga infraestrutura, foi uma complicação passível de superação apenas através da união entre as equipes técnicas do GNDI, da LZA e da Construtora contratada. “Montamos planos de ataque, apresentamos o planos ao cliente interno e, assim, pensamos os melhores fluxos e horários, interferindo o mínimo possível no dia a dia dos pacientes.”
O projeto
Projetista e gerenciadora de todos os projetos complementares do São Bernardo, a LZA estruturou o retrofit de todo o sistema elétrico, de HVAC e Ventilação, hidráulico, de gases medicinais, de incêndio, cabling, CFTV e controle de acesso, além do sistema de chamada de enfermagem e de detecção e alarme em caso de incêndio.
“Como gerenciadora desta obra acompanhamos todas as etapas do processo, desde os princípios básicos como orçamento, finanças, organização e programação, até os itens mais complexos”, conta o diretor. Para agir como agente comissionador , a equipe de engenharia teve de colocar em prática suas habilidades de comunicação, seu conhecimento acerca do processo de construção e, acima de tudo, a capacidade de resolução de problemas.
Parceria consolidada
Tendo, nas palavras de Ishihara, “adentrado o circuito” a partir da contratação da construtora, a LZA Engenharia desenvolveu toda a comunicação e equalização de projetos. “A partir disso, foram realizadas novas contratações, avaliação de custos e adicionais, comunicação com stakeholders internos e externos, e acompanhamento físico.”
A parceria entre as partes envolvidas no projeto, destaca Ishihara, sempre esteve presente e se fez notar. “Até hoje, contamos com a parceria do cliente GNDI, AFGM Arquitetura, Eduardo Penteado com os projetos e consultoria estrutural e com a Construtora Apecol.” Neste escopo, o diretor acentua a excelência do corpo técnico de engenharia e arquitetura do próprio Grupo NotreDame Intermédica.
“Para todo o tipo de ocupação, seja hospitalar, clínico, imagem ou laboratorial, o GNDI possui documentos específicos que contemplam todas as especificações técnicas e arquitetônicas, sempre contemplando qualidade, estética, confiabilidade, durabilidade e funcionalidade.”
Equipe qualificada
Já no que diz respeito ao corpo técnico da LZA, Ishihara acredita que a ampla experiência de todos em gerenciamento de projetos e obras é um grande diferencial da empresa. “Faz diferença que tenhamos engenheiros e arquitetos que acompanham todas as etapas técnicas, financeiras e organizacionais.”
“Além desta equipe de campo, a LZA sempre disponibiliza uma equipe técnica com especialistas em todos os segmentos de instalações hospitalares, e agentes comissionados, que fazem o acompanhamento de startups e testes integrados de todas as instalações entregues.”
Tecnologia e sustentabilidade
Sempre em busca de inovação e novas ferramentas, a empresa utiliza hoje um sistema de checklist via software, que produz relatórios digitais enviados regularmente à construtora e ao cliente, aumentando a interação entre as partes. Além disso, diversas ações sustentáveis foram planejadas e aplicadas no decorrer da obra, como o mapeamento de produtos químicos e o acompanhamento do descarte de resíduos, mantidas e melhoradas através de conversas semanais, que visam garantir a organização do canteiro de obras.
O descarte de resíduos, explica, é realizado pela construtora. Mas cabe ao engenheiro da obra implantar planos de gerenciamento para reduzir a produção de entulho e o desperdício de materiais. “Visamos reutilizar, reciclar, e quando necessário, descartar os restos de forma adequada, sempre com laudo de destino e descarte dos mesmos.”
O futuro
Já consolidada no segmento hospitalar, a LZA Engenharia espera novos desafios, que levem a empresa a um novo patamar de atuação através da execução e gerenciamento de projetos de grandes complexos de Saúde, como o GNDI. “Nestes três anos, construímos uma parceria sólida com muito respeito e confiança. Hoje temos mais de 30 colaboradores dedicados apenas à GNDI, apoiando e acompanhando os novos desafio desta grande empresa que é uma das maiores operadoras de saúde com rede própria e rede credenciada do Brasil. Agradecemos muito toda parceria com todos do Grupo NotreDame Intermédica e seus parceiros como AFGM Arquitetura e Escritório Eduardo Penteado.”
Está matéria e muito mais você confere na revista Healthcare Management edição 63!