Covid-19 acelerou a digitalização das ações de marketing, afirma Claudio Curvelo, da Fanem
A multinacional brasileira Fanem é uma das pioneiras na fabricação de equipamentos médicos e de laboratório, com forte atuação na exportação e comercialização de seus produtos para mais de 135 países.
Com tamanha abrangência, a empresa foi impactada pela pandemia do novo coronavírus, o que exigiu que o departamento de Marketing da empresa se adaptasse a nova realidade.
Em entrevista para a Plataforma Healthcare Management, o Supervisor de CRM & Marketing da empresa, Claudio Curvelo, pontua quais foram as mudanças, oportunidades e expectativas para um mundo pós-pandemia.
HCM: Se for possível traçar um paralelo antes e depois da pandemia, quais são as principais transformações que a COVID-19 trouxe para o setor de comunicação e marketing da empresa? De que forma a COVID-19 impactou este setor?
Mesmo antes da crise decorrente diretamente da pandemia acontecer, nosso país já enfrentava diversos desafios devido ao duradouro período de recessão econômica que enfrentávamos, isso já era um fator limitador para desenvolver e investir em novas estratégias de marketing e comunicação.
O que a pandemia fez foi agravar a situação de uma maneira geral. Na prática foram afetadas especialmente as empresas exportadoras, que hoje enfrentam dois enormes desafios que são: a dificuldade de obter matéria prima necessária para continuar com sua produção e também a restrição de deslocamento e acesso aos países que foram afetados ou que restringiram a entrada de estrangeiros por medida de segurança.
O setor de comunicação foi altamente impactado, pois as medidas mencionadas dificultaram não só a rotina de desenvolvimento de produtos das empresas do setor como também as ações e eventos que essas empresas utilizam para divulgar seus produtos e serviços ao mercado consumidor.
HCM: Ainda sobre o atual contexto que estamos vivendo, quais foram as principais oportunidades identificadas pelo setor de mkt e co.?
Em tempos de crise, as oportunidades dependem quase que exclusivamente da sua velocidade para preparar uma resposta estratégica às adversidades que surgem nesse período.
No caso da Fanem, adaptamos nossa linha de produção para criar novos produtos que buscassem atender a urgente demanda dos profissionais de saúde por mais proteção no atendimento aos pacientes com COVID19.
Até o momento dois novos equipamentos (Capotas de Intubação e Máscaras de Proteção) foram desenvolvidas e muito bem aceitas pelos profissionais da saúde.
HCM: Como estão voltadas as ações de mkt da empresa em tempos de pandemia?
A pandemia acelerou uma tendência conhecida como digitalização das ações de marketing. Parece ser um clichê dizer que o mundo mudou e nunca mais será o mesmo depois dessa pandemia, mas acredito que todo profissional da área de comunicação já vivencia essas mudanças diariamente.
É primordial, acelerar o processo de digitalização de suas ações estratégicas. Hoje em dia, devemos ter em mente que passada a crise, os processos e oportunidades comerciais serão retomados e explorados por novas estratégias de captação como inbound marketing, mapeamento da jornada do cliente, configuração de algoritmos de busca, automação de campanhas e eventos digitais.
Acredito que aqueles que não se adaptarem, ou que ainda apostarem em ações como entrega de folhetos impressos estarão em séria desvantagem.
HCM: Na sua opinião, qual o papel que o mkt tem desempenhado neste contexto de pandemia? Como a empresa tem se diferenciado a fim de valorizar e potencializar sua marca no mercado?
O papel do Marketing é essencial por representar a voz da marca e criar o elo de comunicação com o mercado consumidor.
Para manter-se diferenciado, ainda mais como uma empresa líder de seu segmento, devemos manter o foco na excelência de atendimento e inovação no desenvolvimento dos produtos.
Posso citar como exemplo, as ações do Centro de Estudos Fanem, cuja missão é treinar os profissionais de saúde para que possam tirar o melhor proveito possível dos equipamentos adquiridos.
Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, não só demos continuidade a este tipo de ação como criamos novas ferramentas para o acesso remoto desses profissionais a esta fonte de conhecimento tão importante.
HCM: De que forma o mkt e co. da empresa vem atuando a fim de reforçar a responsabilidade social da empresa, uma vez que esse fator torna-se de grande valor para a imagem da marca?
A Fanem é conhecida por ser uma empresa que apostou na tecnologia para a vida. Por isso temos consciência do importante papel que possuímos na luta por melhorias na área da saúde e na vida dos brasileiros.
Com isso em mente, criamos recentemente parcerias com ONGs que compartilham os mesmos valores que a empresa, especialmente na assistência aos bebes prematuros e buscamos reproduzir esses valores também em ações conjuntas com nossos representantes em todo Brasil.
Recentemente em Brasília, nossa representação realizou no dia 02 de junho de 2020 a doação de diversas Máscaras de Proteção Facial e Capotas de Intubação para a equipe do SAMU – DF.
HCM: Assim como a pandemia está transformando nossas relações interpessoais, como a COVID-19 tem impactado o mkt? Como esse setor sairá depois com o novo normal?
Diversos setores serão impactados profundamente por essas mudanças. Acredito que o segmento de grandes feiras e eventos será um que passará por uma profunda transformação.
Além da digitalização dos serviços oferecidos, teremos oportunidades para ações mais intimistas e personalizadas já que por um bom período de tempo ações de marketing em grandes conglomerados de pessoas estarão sujeitos as mais diversas restrições, abrindo assim mais oportunidade para estratégia de marketing one to one.
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Esta matéria e muito mais você confere na edição 69 da Revista Healthcare Management!