Lideranças discutiram sobre novas tecnologias, gigantes da indústria e adaptabilidade do setor
Com a palestra “Salto Quântico para uma nova realidade: a saúde global pós-pandemia”, Ricardo Valentim, coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte encerrou o segundo dia do Fórum Healthcare Business – FHCB 2020.
Em sua explanação, Valentim, que também é Embaixador e presidente do Masterclass de Inovação na SAHE, lembrou que mesmo com tantas tecnologias disponíveis na saúde global, nada foi suficiente para conter o novo coronavírus.
Valentim pontuou que “vivemos uma globalização do comércio, do sistema bancário, das pessoas, mas ainda não temos isso na saúde”. “A saúde global não está conectada e isso é necessário para o futuro. Precisamos conhecer como está a saúde de nossa população global e a dinâmica da sociedade sob este olhar.”
O Embaixador da SAHE 2021 abordou ainda a centralização do complexo industrial da saúde global. “Com a pandemia, a China se tornou uma grande canalizadora, produtora e responsável pela distribuição de grande parte da cadeia de suprimentos global da saúde, o que causou grandes problemas, como a falta de ventiladores mecânicos. Foi um problema muito presente em diversos países do mundo.”
Valentim propõe a importância de ter sistemas de saúde resilientes que, segundo ele, é calcado em pilares como a integralidade, adaptatividade, diversidade e sistema auto regulado. “Além disso, não temos como ter um sistema de saúde resiliente sem falar de educação. É imprescindível a educação continuada para o profissional de saúde. O salto quântico vai exigir da comunidade científica e da indústria da saúde uma mudança na área da educação.”
Depois da palestra de Valentim, o FHCB 2020 realizou um debate sobre este mesmo tema que contou com a participação de Sérgio Rocha, presidente da Abraidi – Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde; Wilson Shcolnik, presidente da Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica; Franco Pallamolla, presidente da Abimo – Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos. O debate foi moderado por Lauro Miquelin, CEO da L+M.
Pallamolla mostrou que “a indústria de dispositivos médicos vai ter que aprender a lidar com os gigantes da indústria, cada vez mais potentes em termos de musculatura, de demanda e capacidade financeira. A relação entre gigantes, sobretudo entre operadores e grandes cadeias de prestadores, é tencionada e vamos ter que aprender a lidar com esse cenário pós pandemia.”
Como a covid-19 atingiu o planeta inteiro, é difícil não criar uma comparação entre o Brasil e outros países. Sobre o assunto, Rocha percebe que “estamos muito aquém do que está acontecendo lá fora. A tendência é de continuarmos tentando alcançar as grandes potências que hoje imperam, por mais difícil que seja.”
Para Wilson Shcolnik, outro ponto fundamental na realidade pós pandemia é a transparência e honestidade. “Me preocupo muito com a ética das empresas para não manchar a área da saúde. Com os novos procedimentos trazidos pela pandemia, essa é uma preocupação ainda maior”, revela.
Para assistir essa palestra e debate na íntegra, bem como os outros temas dialogados no segundo dia do FHCB 2020 acesse o link abaixo.