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Elis Regina Guimarães dialoga sobre cultura e tecnologia na Arena do Oscar

Na Arena do Oscar, realizada durante o coquetel que antecedeu a cerimônia dos 100 Mais Influentes da Saúde, o Grupo Mídia recebeu Elis Regina Guimarães, uma líder cuja trajetória é marcada por uma das mais surpreendentes viradas institucionais do setor.

Conduzido por Tainá Manna, diretora editorial do Grupo Mídia, o podcast ao vivo se consolidou como um espaço que combina espontaneidade e profundidade, aproximando o público das histórias que moldam o presente e o futuro da saúde no Brasil.

A terceira convidada do momento é CEO do Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) e reconhecida entre os 100 Mais Influentes da Saúde de 2025 na categoria Qualidade e Segurança.

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“A qualidade, quando vem a inteligência artificial, passa por uma grande inovação e passa a ser orgânica, viva”, disse Elis Regina

Logo na abertura, Elis compartilhou a mudança de paradigma que guiou a transformação do Complexo de Saúde São João de Deus, uma instituição que, há apenas nove anos, enfrentava risco real de fechamento e que hoje é referência assistencial, financeira e tecnológica.

Segundo ela, a chegada da inteligência artificial e da inovação digital redefiniu o conceito de qualidade: “Um grande investimento que nós fizemos foi justamente todo esse mapeamento de risco institucional, não só a nível assistencial, quanto financeiro e da parte toda jurídica”, afirmou e identificou que, para isso, a formação pessoal foi essencial, resultando em segurança e qualidade orgânica.

O resultado foi rápido e profundo, reposicionando o Complexo de Saúde São João de Deus como um sistema sustentável e seguro para o paciente.

A transformação institucional, segundo Elis, começou antes da tecnologia, com as pessoas.
Quando assumiu, encontrou equipes desanimadas por conta do decreto de fechamento do hospital. A cultura estava fragilizada, então mudar essa percepção foi o primeiro grande desafio.

“Como líder você [deve] falar que pode ser diferente, dá para fazer diferente. E aí nós fomos atrás dos parceiros, tanto os entes quanto os planos de saúde. Fomos atrás de outros parceiros em inovação, em tecnologia. Quando as pessoas começaram a ver o primeiro resultado e nós saímos daquele vazio financeiro, elas falaram: ‘Agora a gente não precisa mais investir só em dinheiro, nós podemos pegar o nosso tempo e fazer outras coisas’”, relembrou.

Esse movimento coletivo reacendeu o propósito e deu início a um ciclo de confiança e reconstrução.
Hoje, ela afirma com convicção: o setor vive um momento de possibilidades extraordinárias. E acrescenta: “Com certeza meu maior desafio está em equilibrar o propósito com esse high tech que vem chegando aí a passos largos”.

Elis compartilhou um relato marcante: uma mudança de mentalidade ocorrida há um ano e meio, que transformou sua visão de gestão. A chegada intensa da IA, da robótica e da tecnologia provocou insegurança, mas também evolução.

“Nós descobrimos que a tecnologia é nossa aliada. Veio a robótica, veio a inteligência artificial, estamos vendendo inteligência artificial inclusive. E aí, sabe o que aconteceu? A grande transformação”, disse, após destacar o exemplo da tecnologia aplicada a telemedicina como um facilitador.

O impacto mais poderoso, porém, foi humano: “Nunca tive um NPC tão alto em termos de humanização. A minha enfermagem, que antes tinha que ficar horas escrevendo, hoje tem um prontuário totalmente no papel, elas ditam aquilo, já cai e sobrou tempo para elas cuidarem do bem maior que é a vida”, relatou a executiva.

Essa combinação de eficiência tecnológica e expansão da humanização se tornou um dos pilares da instituição e já está sendo levada a outros hospitais parceiros.

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Questionada sobre como implementar a nova cultura, Elis foi categórica: a mudança cultural é contínua, mas a primeira virada aconteceu rapidamente porque as equipes sentiram o impacto no cotidiano.

Com processos redesenhados e ferramentas tecnológicas fazendo tarefas que consumiam tempo, médicos, enfermeiros e equipes de apoio passaram a ter espaço para criar, propor melhorias e cuidar mais. “A gente deixou de crescer a equipe, a gente cresceu mais no cuidado”, afirmou.

Agora, o foco é identificar as próximas tecnologias capazes de aprimorar ainda mais a assistência, experiência e suporte aos colaboradores, sem perder de vista o paciente e sua família.

Com o olhar voltado para o futuro, Elis demonstrou entusiasmo com o cenário da saúde para 2026, especialmente para instituições filantrópicas.

Ela lembrou que o CSSJD, com 80% SUS, saiu da iminência do fechamento para um índice de endividamento de 0,48 e EBITDA de 18%, conquistas alcançadas com foco na segurança, redução de riscos, integração das equipes e estratégias operacionais inteligentes.

Para 2026, a instituição inicia um projeto robusto que levará tecnologia e telemedicina a todos os municípios da região, conectando postos de saúde, farmácias, clínicas de SADT e outros parceiros locais. “O ano de 2026 ele vai dar uma cambalhota em termos de mudança na saúde e a gente está dentro”, resume Elis.

Arena do Oscar: onde histórias da saúde ganham voz

A participação de Elis Regina Guimarães reforçou as diversas possibilidades que dão força ao novo formato criado pelo Grupo Mídia. A Arena do Oscar, com sua linguagem leve e conversas diretas, se tornou um espaço de reconhecimento, troca e inspiração dentro do maior prêmio da saúde brasileira.

Ao final, Elis agradeceu pela oportunidade: “Obrigada por trazerem visibilidade a uma instituição do interior de Minas, que quer fazer diferença e cuidar do bem maior, que é a vida”. 

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