Formas orais sólidas são opções baratas para tornar a indústria farmacêutica mais sustentável e ética
O bem-estar não está apenas associado à saúde, ele também é afetado pelas condições do ambiente em que vivemos. A sustentabilidade é crucial para preservar a qualidade de vida e precisa ser considerada em todas as atividades e processos da indústria farmacêutica, desde a fabricação até o design e desenvolvimento.
A indústria causa um grande impacto ambiental globalmente, desde a geração excessiva de resíduos e descarte irresponsável, até emissões de gases e uso de energia não renovável. É papel das empresas ter responsabilidade ambiental e desenvolver novas formas para fabricar seus produtos de maneira mais eficiente e sustentável.
A ACG, fornecedora de soluções para a indústria farmacêutica, aponta que um dos produtos mais fabricados pela indústria são as formas orais sólidas, que representam cerca de 60% dos medicamentos produzidos e podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de medicamentos acessíveis e sustentáveis.
Por terem um processo de produção mais simples e permitirem a combinação de diversos ingredientes sem complicações, as cápsulas duras reduzem o tempo de produção e eliminam a necessidade de formulações complexas, reduzindo o impacto ambiental que oferecem ao planeta.
As cápsulas duras também requerem menos excipientes, menos processos e análises no geral, reduzindo o tempo de validação, fabricação e, consequentemente, o seu impacto no meio ambiente.
Essas cápsulas também não precisam passar por processos de granulação, secagem, compressão, revestimento e impressão, podendo ser fabricadas por máquinas com menos componentes e mais eficientes em termos de consumo de energia.
Além disso, elas também reduzem os prazos de produção, custos operacionais e a produção de resíduos. Em comparação, o volume de sobras de gelatina geradas após a fabricação de cápsulas de gel pode ser muito alto, criando um grande desperdício de matéria-prima.
Opções sustentáveis, clean label e veganas para cápsulas
Além da sustentabilidade, a indústria farmacêutica também deve se atentar para produzir produtos clean labels e veganos para suprir uma demanda crescente no mercado por produtos mais éticos e naturais. As principais soluções para suprir essa demanda na produção de cápsulas são as cápsulas feitas de gelatina e HPMC e as cápsulas por inalação.
A gelatina é um polímero sustentável e de baixo custo que pode ser usado na produção de cápsulas e, por ser derivada de partes de animais que seriam descartadas, colabora para um desperdício zero na indústria de carnes.
Outra opção é o HPMC, um polímero vegano usado na produção de medicamentos, podendo ser preenchido com pós, pellets ou líquidos. Esse material também possui as certificações The Vegan Society e Clean Label Project, garantindo que são sustentáveis, seguras e saudáveis.
Já as cápsulas por inalação são uma alternativa menos agressiva ao meio ambiente em comparação aos aerossóis e inaladores dosimetrados, que fazem uso de gases que contribuem para o efeito estufa, enquanto que as cápsulas por inalação são feitas à base de polímeros biodegradáveis que não agravam a crise climática.
A demanda por uma produção mais sustentável na indústria farmacêutica é urgente e as mudanças devem ser feitas o quanto antes para permitir o mínimo de futuros danos ao planeta.
Soluções que buscam ser menos agressivas ao meio ambiente, mais naturais e produzidas de forma mais ética já estão disponíveis no mercado e são cada vez mais exigidas pelos consumidores.
A sustentabilidade está diretamente ligada à saúde humana e alcançar avanços nessas estratégias deve ser uma prioridade para as indústrias farmacêuticas.
