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Glosas em OPME: O impacto logístico e a importância de uma gestão estratégica

No universo da saúde, especialmente no segmento de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), existe um tema que há anos desafia a sustentabilidade do setor: as glosas.

Para quem vive a rotina hospitalar, esse termo já é quase sinônimo de dor de cabeça.

Mas o que muitos não percebem é que seu impacto vai muito além da esfera administrativa ele reverbera por toda a cadeia logística.

A glosa, seja parcial ou total, representa a recusa de pagamento por parte de operadoras ou convênios.

Quando isso acontece, não afeta apenas o faturamento: desorganiza processos, consome o tempo de equipes clínicas e administrativas e paralisa estoques de alto valor.

Em outras palavras, compromete a eficiência operacional e a saúde financeira das instituições.

Segundo dados da ABRAIDI, em 2024 o setor acumulou R$ 4,587 bilhões em pagamentos pendentes ou não realizados.

Desse montante, R$ 2,2 bilhões foram retenções de faturamento e R$ 229,7 milhões corresponderam a glosas injustificadas.

Isso significa que mais de um terço do faturamento das empresas foi comprometido, um número que escancara a urgência de repensarmos a forma como lidamos com esse problema.

Nós podemos enxergar a logística apenas como um processo de armazenagem e transporte.

Ela precisa ser vista como uma engrenagem estratégica, que necessita estar alinhada aos objetivos financeiros e operacionais das organizações.

É justamente aí que está o diferencial.

Enquanto muitos ainda tratam as glosas como um problema pontual, é preciso agir de forma preventiva e integrada.

O Customer Service não é apenas suporte: é uma extensão da operação de hospitais e fornecedores.

Isso exige conformidade documental, rastreabilidade total dos materiais e acompanhamento minucioso de todos os processos de autorização e faturamento.

Tudo conduzido por uma equipe especializada, que conhece profundamente os desafios do mercado médico-hospitalar.

Essa abordagem transforma a logística em uma verdadeira alavanca de resultados.

Com esse modelo, reduzem-se perdas, evita-se o retrabalho e, principalmente, cria-se previsibilidade em um setor que não pode se dar ao luxo de operar na incerteza.

Na prática a atuação envolve:

  • Intermediação ativa entre hospitais e convênios;
  • Validação documental antes do envio aos pagadores;
  • Monitoramento contínuo para evitar glosas e atrasos;
  • Atendimento dedicado para resolução ágil de pendências.

A verdade é que, na saúde, tudo importa.

E na logística de OPME, cada decisão pode representar a diferença entre prejuízo e eficiência.

As glosas são um desafio real, mas, com processos bem estruturados e parceiros certos, é possível enfrentá-las com inteligência e estratégia.

Porque logística é muito mais do que o movimento de cargas: é sustentabilidade para o setor, previsibilidade para os negócios e, acima de tudo, qualidade na assistência ao paciente.

 

*Por Danilo Magri – CEO da LOGMED SOLUÇÕES LOGÍSTICAS

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