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Grupo São Cristóvão cria solução de IA para equipes

A inteligência artificial (IA) vem ocupando cada vez mais espaço no cotidiano dos hospitais brasileiros.

Em meio a desafios como crescimento das doenças crônicas e aumento dos custos operacionais, a tecnologia tem se consolidado como uma aliada estratégica na busca por mais eficiência e qualidade no atendimento.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), 69% dos médicos que já utilizam IA no Brasil relatam ganhos significativos nas rotinas diárias.

Isso porque a automação de tarefas repetitivas permite que o tempo do profissional seja mais bem aproveitado em atividades de cuidado direto, promovendo uma experiência mais humanizada para os pacientes.

Um exemplo dessa transformação vem do Grupo São Cristóvão Saúde, que desenvolveu uma solução própria de inteligência artificial em parceria com a empresa EVAL, por meio da plataforma evalmindcare.

A proposta é simples, mas ambiciosa: revolucionar a forma como o cuidado médico é prestado.

A ferramenta, integrada ao Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), organiza e centraliza dados clínicos importantes, especialmente em momentos críticos como altas hospitalares e passagens de plantão.

A intenção é reduzir burocracias e apoiar decisões médicas com base em informações precisas e acessíveis.

“Os profissionais têm em mãos todas as informações essenciais para tomar decisões rápidas e bem fundamentadas”, afirma Patrícia Hatae, Diretora de Inovação e Tecnologia do São Cristóvão Saúde.

Outro recurso, já em uso na Instituição, é o reconhecimento e segmentação de voz durante a consulta.

A IA transcreve automaticamente o diálogo entre médico e paciente, estruturando as informações diretamente no prontuário eletrônico.

A expectativa é que, com menos tempo dedicado à digitação e preenchimento de formulários, o atendimento se torne mais focado, atencioso e personalizado.

Automação e eficiência

Estudos indicam que, em média, os médicos passam apenas 27% do tempo com os pacientes, o restante é consumido por tarefas administrativas.

A automação dessas atividades, segundo Hatae, tem impacto direto na experiência dos usuários.

Além de melhorar o tempo de resposta e reduzir filas de espera, as soluções baseadas em IA ajudam a liberar os profissionais para se dedicarem a ações mais estratégicas e centradas no cuidado.

Isso inclui, por exemplo, o apoio a diagnósticos, alertas clínicos automatizados e sugestões de condutas baseadas em diretrizes atualizadas.

Adoção crescente no setor

A Pesquisa TIC Saúde 2024, também da SBIS, reforça a tendência.

O levantamento mostra que 92% dos estabelecimentos de saúde do país já utilizam sistemas eletrônicos para o registro de informações dos pacientes.

Os principais usos da IA são voltados ao suporte à pesquisa (69%) e à elaboração de relatórios médicos (54%).

Embora o investimento em tecnologia ainda represente um custo elevado para muitas instituições, a visão predominante é de que se trata de um passo inevitável.

“A tecnologia não substitui o profissional da saúde, mas potencializa seu trabalho”, diz Hatae.

“Hospitais como o São Cristóvão mostram que é possível tornar a jornada do paciente mais ágil, segura e personalizada, sem abrir mão da humanização.”

Na prática, a incorporação de inteligência artificial está moldando um novo tipo de hospital: mais inteligente, responsivo e centrado nas necessidades do paciente.

O que antes parecia tendência agora se consolida como o novo padrão do setor.

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