Hospitais do SUS reduzem em 55% a superlotação nas emergências

Segunda fase do Projeto Lean nas Emergências reduz também em 40% o tempo médio do paciente no pronto-socorro e em 44% a internação hospitalar

Quase dois dias a menos de internação no hospital e a redução de 4h20 no pronto-socorro são os resultados do segundo ciclo do Projeto Lean nas Emergências, em 20 unidades do SUS participantes do projeto. No geral, os 20 hospitais participantes do segundo ciclo mostraram redução de 55% do indicador de lotação, 44% na diminuição do tempo de permanência de internação e 40% na redução do tempo de passagem pela urgência até a alta. Tudo isso garante não só uma maior oferta de leitos dos hospitais como a diminuição do desgaste emocional tanto do paciente e de seu acompanhante como da equipe médica.

Após a intervenção, o período de espera no pronto-socorro das unidades passou de 11h para, em média, 6h20. O paciente que busca atendimento nessas emergências fica quase quatro horas e meia a menos no pronto-socorro, considerando o período desde a entrada na unidade de saúde, passando pela triagem, consulta, administração de medicamentos e exames, até a alta médica. Esse resultado é reflexo da organização dos fluxos e o menor tempo de permanência do paciente, impactando na superlotação das emergências.

Para o secretário de Atenção Especializada à Saúde – SAES/MS, Francisco Figueiredo, o projeto já é um sucesso. “A cada ciclo o Projeto Lean nas Emergências tem nos proporcionado resultados maravilhosos que impactam diretamente na qualidade dos serviços prestados aos cidadãos brasileiros. No Ciclo 2 tivemos grandes surpresas com dois hospitais, que mesmo tendo realidades difíceis, conseguiram envolver toda a sua equipe para que o projeto desse certo”.

Nessa segunda fase, o maior destaque no avanço do atendimento é do Hospital Socorrão II, no Maranhão, que reduziu em 74% a superlotação. A unidade recebe 56 mil pacientes por ano e melhorou seu giro de leitos com a redução de 22% do tempo médio de permanência no hospital. Outro progresso evidente dentro da unidade de saúde foi a diminuição em 60% do tempo do paciente no pronto-socorro, que levou ao aumento de 6% no volume de atendimento diário na emergência.

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O outro destaque é o Hospital Ophir Loyola, do Pará, que teve redução de 69% na lotação. Melhorou o giro de leitos do hospital com a redução de 7% do tempo médio de permanência e consequentemente aumentou em 8% o volume diário de atendimento no PS. O Hospital porta aberta conta com 230 leitos e atende mais de 39 mil pacientes por ano.

Ao todo 36 hospitais de todas as regiões do país fizeram parte das duas primeiras etapas, nas quais 800 profissionais foram treinados na metodologia Lean nos serviços de emergência. No último mês, o ministério da Saúde lançou o terceiro ciclo com 20 hospitais participantes, em uma parceria com o Hospital Sírio-Libanês. Até 2020, a meta é intervir na gestão de 100 hospitais.

Projeto Lean nas Emergências, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio Libanês, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), completa dois anos e tem como principal objetivo reduzir a superlotação dos serviços de urgência e emergência do SUS e já está no terceiro ciclo, executando a terceira visita de intervenção nos hospitais participantes para implementação das ferramentas de gestão.

O sucesso do projeto parte da melhoria dos processos de gestão que começa pela porta da emergência geral, identificando os tempos de atendimento e de maior fluxo. A metodologia do Lean reduz desperdícios otimizando espaços e insumos. Na implantação foram alocados recursos humanos nos horários de maior fluxo de paciente na porta, agilizando assim o atendimento. Com o progresso do projeto foi possível chegar a todas as áreas dos hospitais e com isso desafogar urgências e emergências otimizando, assim, a oferta de leitos.

Para alcançar essas melhorias, os hospitais que participam da iniciativa passam por um processo de intervenção, fase onde profissionais do Hospital Sírio-Libanês visitam os prontos-socorros e se reúnem com gestores e profissionais dos estabelecimentos para identificar dificuldades e implementar ações de melhoria, utilizando as ferramentas do projeto, bem como capacitar as equipes. Essa fase dura, em média, seis meses e, após o término desse período, os hospitais passam por uma etapa de monitoramento, por mais doze meses, para garantir a transformação no gerenciamento das unidades e que esses novos hábitos e padrões continuem mesmo após o fim das visitas

Fonte: Ministério da Saúde

 

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