Mais uma conquista é comemorada pelo Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O Serviço de Endoscopia Digestiva realizou pela primeira vez no serviço público do Estado, uma diverticulotomia endoscópica indicada para pacientes com disfagia, ou seja, que apresenta dificuldade para engolir alimentos e líquidos.
O procedimento foi realizado no mês de agosto, no centro cirúrgico da Unidade Presidente Dutra com anestesia geral, sob a condução dos médicos endoscopistas digestivos, Fábio Gomes Teixeira e Tiago Vieira, com o apoio da equipe de enfermagem e a participação da médica residente de endoscopia digestiva, Anna Isabel Rodrigues e dos gastroenterologistas Luiz Alberto e Marina Lages.
Segundo Fábio Gomes, o tratamento endoscópico é indicado para o divertículo faringoesofágico, conhecido também como divertículo de Zenker. “Os divertículos esofágicos são formações saculares (formato de saco) originados pelo avanço da parede do esôfago, onde pode ocorrer a retenção de alimentos. É uma patologia bastante rara, sendo a etiologia de 0,11% de 20.000 exames radiológicos de esôfago,” explicou. Ela tem uma incidência maior em pacientes acima de 60 anos e afeta mais homens, na proporção de 4 para 1.
O especialista acrescenta que o divertículo de Zenker localiza-se na transição entre a faringe e o esôfago cervical, em uma área de fragilidade conhecida como triângulo de Killian, localizado na parede posterior e acima do músculo cricofaríngeo. Como o sintoma principal é a dificuldade para engolir, causa emagrecimento e desnutrição crônica, além do risco de pneumonias aspirativas. “A diverticulotomia endoscópica é indicada para esses pacientes e consiste na secção do septo localizado entre o divertículo e a luz esofágica, associado a miotomia do músculo cricofaríngeo (procedimento que corta as fibras do músculo para liberar a passagem do alimento).
O procedimento foi realizado em um paciente de 71 anos de idade que apresentava muita dificuldade para engolir há mais de 4 anos, tendo procurado tratamento em outras cidades e até fora do Estado, sem sucesso. De acordo com o médico Thiago, o paciente evoluiu muito bem no pós-operatório, recebendo alta com melhora importante da disfagia.
“Foi extremamente gratificante observar a satisfação, a gratidão e o sorriso de felicidade estampado no rosto dele, com a melhora importante da dificuldade para engolir”, frisou Thiago. “Que consigamos realizar outras diverticulotomias endoscópicas, beneficiando mais pacientes e melhorando a cada dia o ensino da endoscopia digestiva no nosso Estado”, relatou Fábio Gomes, que também é supervisor do Programa de Residência Médica em Endoscopia Digestiva do HU-UFMA.
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