Pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte apresentaram, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (20), dados das ações para enfrentamento ao novo coronavírus no Rio Grande do Norte, em auxílio aos órgãos de gestão da saúde do estado. Na ocasião, professores que atuam no processo de monitoramento epidemiológico da COVID-19 explicaram como tem sido o trabalho desenvolvido pelo grupo.
A primeira fala da coletiva foi do professor José Dias, do Departamento de Física Teórica e Experimental da UFRN (DFTE). Ele falou sobre o modelo matemático usado para analisar o crescimento dos casos da doença no Rio Grande do Norte e no Nordeste. O professor destacou que, assim como na Paraíba, o RN apresenta um desenvolvimento do número de casos diferente do que ocorre no Ceará e em Pernambuco, por exemplo. Ainda de acordo com ele, isso pode ser explicado pela rapidez com que medidas de isolamento social foram adotadas no RN.
Na sequência, falou o doutor Ion de Andrade, pesquisador do LAIS. Ele destacou os números da doença até o momento e explicou que, embora ainda não tenha o número de casos confirmados de outros estados próximos, o RN se encontra em situação de alerta. O professor falou ainda sobre os dados de Natal em comparação com os apresentados na região Oeste do estado. “Mossoró e a região Oeste apresentam números que se assemelham muito mais com o Ceará do que com os do RN”, afirmou. Ele destacou que o RN tem se afastado dos números de estados com situação mais alarmante, porém, esse cenário pode mudar se houver afrouxamento do isolamento social.
Coordenador do LAIS, o professor Ricardo Valentim falou sobre o Ecossistema Tecnológico desenvolvido pelo laboratório para o auxílio à Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap/RN). No total, são 10 aplicativos ou sistemas online que permitem desde a regulação de leitos até a capacitação aos profissionais que atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus. “Mais do que desenvolver sites ou ferramentas, criamos soluções em tecnologia que servirão de legado para os gestores públicos e impactarão toda a cadeia de saúde do RN”, afirmou.
Na sequência, a professora Marise Reis, do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC), falou sobre o uso de medidas de prevenção por parte da população como um todo. Ela explicou que no atual cenário da pandemia, o uso de máscaras é importante como medida protetiva para quem precisa sair de casa. Ainda de acordo com ela, porém, só se deve sair de casa para ações extremamente necessárias, como ir ao supermercado ou a farmácias.
O coordenador do Instituto Envelhecer, Kenio Costa, falou da importância das ações de prevenção para idosos. O professor coordenou a equipe que tem atuado na vacinação desse grupo de risco em condomínios, por meio de um sistema desenvolvido com esta finalidade (acesse AQUI). Até a manhã desta segunda-feira, 3.225 idosos de todas as regiões de Natal já haviam sido imunizados.
Por fim, falou a professora Lyane Ramalho, do Departamento de Saúde Coletiva da UFRN, responsável pelo desenvolvimento de cursos para profissionais de saúde no Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVASUS), visando a capacitação de profissionais. Ela monitora também as ações do “Orienta Corona RN“, sistema que presta atendimento humanizado à população, baseado em fluxogramas e protocolos, sobre dúvidas relacionadas ao novo coronavírus.