Leandro Fonseca, da Novartis, defende a importância de investir em programas de saúde
O novo Diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde da Novartis Brasil, Leandro Fonseca, traz uma longa trajetória na área da saúde. O executivo fez parte ativamente de importantes mudanças e conquistas do setor, principalmente relacionadas à saúde suplementar.
Formado em Economia, Fonseca teve a oportunidade de começar a trabalhar no setor de saúde em meados de 2006, no Ministério da Fazenda, onde foi responsável pela Coordenação de Economia da Saúde do Ministério.
“Inicialmente eu não conhecia bem o setor e parecia ser um grande desafio. O que mais me encantou foi exatamente a complexidade da área e o fato de estar no topo das prioridades da população e o desafio de se trazer”
Boa parte do trabalho do executivo na última década vem de sua atuação na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em que assumiu como diretor adjunto da área de Fiscalização em 2010.
Um desses legados foi a normatização de mecanismo de resolução extrajudicial de conflitos entre operadoras e beneficiários que à época foi batizada de Notificação de Investigação Preliminar (NIP). Tal mecanismo, ao longo do tempo, tronou-se o principal instrumento de fiscalização e monitoramento do mercado de saúde suplementar no que tange aos serviços prestados pelas operadoras de planos privados de saúde.
Um segundo grande marco foi o normativo para tratar de alterações e transferências de controle societário no mercado de operação de planos de saúde. A aquisição do controle de operadoras era um processo decisório em que havia algum grau de discricionariedade nas análises, então era preciso dar segurança jurídica e previsibilidade para investidores que quisessem atuar no setor, trazendo clareza do fluxo e objetividade. Não obstante, após esse marco regulatório, aumentaram significativamente os investimentos na saúde suplementar, com participação de fundos de private equity e listagem de empresas na bolsa de valores, o que mudou a configuração do setor, em especial, no nível de profissionalização das operadoras.
Tomou posse como Diretor da Agência em dezembro de 2016 e, posteriormente, em maio de 2017, assumiu a presidência do órgão, tendo terminado então o seu mandato em dezembro de 2019 como Diretor-Presidente da ANS. Nesse período, implementou normas como a do compartilhamento de risco entre operadoras de planos de saúde, a do programa de escala adequada e a da governança corporativa das operadoras que contribuíram para um salto qualitativo na regulação econômica setorial.
Fonseca deixou, por fim, dois legados na ANS que tendem a render frutos para o sistema. Colocou na agenda o debate acerca do conceito de valor em saúde no setor, a importância de se trabalhar a prevenção de doenças e de trazer o paciente para o centro do sistema.
“Ainda é comum ouvir operadoras dizendo que não vale a pena investir em programas de saúde por conta da rotatividade da carteira. Essa é uma visão ‘míope’, pois se todas as empresas contratantes priorizassem e exigissem programas de promoção à saúde e prevenção de doenças de suas operadoras, o sonho de benefício coletivo seria atingido.”
Na Novartis Brasil, sua missão é tratar de assuntos corporativos e de como contribuir para a sustentabilidade do sistema de saúde. “Mudei de posição, mas não de propósito. Tive um alinhamento muito grande com os valores da empresa e com essa missão de continuar contribuindo para termos um sistema de saúde melhor e sustentável”, diz ele.
Fonseca entende que sua chegada à companhia faz parte de mudança cultural e organizacional em curso. “A minha entrada contribui com a visão da empresa de se entender como parte de um sistema que entrega soluções de saúde para os pacientes, não apenas uma farmacêutica que produz e comercializa medicamentos. Nossa missão é fazer a diferença, melhorando e ampliando a vida das pessoas com as soluções de saúde que desenvolvemos”.
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