O cenário da saúde no Brasil em 2025 está mais desafiador do que nunca.
Enfrentamos um mercado de trabalho impactado por uma economia instável, inflação persistente, altas taxas de juros, carga tributária pesada e um sistema de saúde pressionado pela alta demanda.
Adicional a isso, vivemos em um país com profundas desigualdades, onde a crise econômica e social afeta não apenas o poder de compra das famílias, mas também a saúde mental e emocional dos profissionais.
No ambiente corporativo, isso se traduz em um clima organizacional fragilizado, dolorido, onde a diversidade geracional, os conflitos de valores e o aumento do burnout se acentuam, tornando a gestão de equipes uma tarefa extremamente complexa.
Neste contexto, a liderança não deve mais ser baseada em hierarquia e comando, mas sim em influência e inspiração.
As equipes de hoje são compostas por diferentes gerações, cada uma com suas expectativas, motivações e formas de enxergar o mundo.
Enquanto os profissionais mais jovens buscam propósito e flexibilidade, os mais experientes valorizam estabilidade e reconhecimento.
Esse choque de visões pode gerar desalinhamentos, desengajamento e um alto turnover, especialmente se não houver uma liderança que consiga integrar essas diferentes realidades, criando um ambiente de colaboração e respeito mútuos.
A saúde mental dos profissionais também precisa ser uma prioridade estratégica.
O burnout deixou de ser um problema individual para se tornar um fenômeno coletivo, impactando diretamente a produtividade e a qualidade do atendimento ao paciente.
A sobrecarga de trabalho, aliada à incerteza econômica e às pressões do setor, exigem que líderes tenham empatia e sejam agentes ativos na promoção do bem-estar.
Isso significa criar políticas de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, incentivar diálogos abertos sobre saúde mental e, principalmente, dar o exemplo, demonstrando um correto balanço e resiliência em sua própria jornada.
O líder do futuro, especialmente no setor de saúde, precisa ser um líder servidor.
Ele não pode apenas delegar tarefas, mas deve estar presente, ouvindo, apoiando e removendo obstáculos para que sua equipe possa performar com excelência.
A liderança exemplar é aquela que inspira não pelo discurso, mas pela atitude, criando um ambiente onde o respeito, a confiança e o propósito sejam pilares inegociáveis.
Quando um líder se compromete genuinamente com o desenvolvimento de sua equipe, ele fortalece o senso de pertencimento e constrói uma cultura organizacional sólida e sustentável.
Sim, podemos chamar esse perfil de Liderança 4.0, pois ele está alinhado às demandas da “Quarta Revolução Industrial” e à transformação digital que vem redefinindo o mundo do trabalho.
A Liderança 4.0 vai além das habilidades tradicionais de gestão e exige adaptabilidade, inteligência emocional, pensamento sistêmico e foco no propósito.
No setor de saúde, essa abordagem se torna ainda mais crucial, pois a tecnologia avança rapidamente, mas o fator humano continua sendo o coração pulsante da operação.
Diante dos desafios de 2025, a chave para o sucesso não será encontrada em fórmulas batidas e prontas, mas sim na capacidade de inovação, adaptação e conexão humana.
Empresas de saúde que quiserem prosperar precisarão ir além de metas financeiras e investir no fator humano, reconhecendo que um time saudável e motivado é a base de qualquer organização de alto desempenho.
Se há um aprendizado que esse cenário difícil nos ensina, é que liderança não se trata de controle, mas de impacto gerado e reconhecido.
Em tempos de incerteza, os verdadeiros líderes são aqueles que conseguem unir pessoas em torno de um propósito maior, transformando dificuldades em oportunidades e crises em momentos de crescimento coletivo.
Essa é a liderança que o mercado precisa, que eu acredito e que fará a diferença na saúde em 2025, assim como nos anos que virão.

Profissional com 36 anos de carreira, tendo foco na alta gestão estratégica de grandes corporações. Conhecimento agregado nos últimos 10 anos do segmento hospitalar e de saúde, sendo responsável direto por áreas de apoio e geradoras de resultados ao negócio do Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre: Suprimentos (Compras e Logística de Materiais), Infraestrutura (Engenharias Clínica, Predial, Eletromecânica e Obras), Tecnologia da Informação (hardware, software, dados e inovação), Saúde Digital (Telemedicina), Gestão Ambiental, Segurança Patrimonial e Estacionamentos. Administrador de formação, possui educação executiva pela Harvard Business School em “Valor no Cuidado à Saúde”, Pós-MBA pela Fundação Getúlio Vargas em “Inteligência em Negócios”, MBA executivo internacional pela University of California em “Gerenciamento de Negócios” e MBA pela Fundação Getúlio Vargas em “Supply Chain Management”. É professor convidado do programa de MBA em Gestão na Saúde da PUC/RS na disciplina de “Sustentabilidade em Saúde”, professor convidado da pós graduação em saúde da Faculdade Unimed, professor convidado do MBA em Saúde da Faculdade Moinhos de Vento e um dos 100+ influentes da saúde no Brasil em 2022 e 2023 pelo Grupo Mídia.