Após uma carreira de mais de 20 anos de sucesso em consultoria, Marcelo Compte assumiu a gestão de diversas operações de saúde desde seu papel de conselheiro. O principal desafio, nesse momento, é a liderança do Hospital El Kadri. Localizado em Campo Grande, é o maior hospital privado do Mato Grosso do Sul.
Ao longo dos anos, Marcelo aprendeu que liderar na saúde exige muito mais do que conhecimento técnico. Foi ao implementar uma cultura de execução, transparência e objetividade que ele começou a ver resultados — e construiu o modelo de liderança que o acompanha até hoje.
Para ele, dois valores são fundamentais: integridade e empatia. “Depois de cada interação, procuro entender como o outro se sentiu e qual impressão ficou em relação ao resultado”, explica. Essa escuta ativa e empática é, em sua visão, o que permite criar vínculos de confiança e formar equipes de alta performance.
Compte reconhece que o setor vive um momento paradoxal — entre a crise e a transformação. A pressão por liquidez e rentabilidade coexiste com a chegada de tecnologias disruptivas e avanços como a inteligência artificial.
“Os gestores precisam lidar com o curtíssimo prazo sem perder o olhar estratégico para o futuro”, avalia. É nessa tensão que a liderança mostra seu valor, equilibrando eficiência operacional e visão de longo prazo.
Diante desse cenário, ele defende que o líder seja o principal guardião dos valores institucionais. “Quando um gestor toma decisões que priorizam o resultado financeiro em detrimento da qualidade assistencial, é papel do líder intervir e corrigir o rumo”, afirma.
Nas operações sob a sua gestão, a experiência do paciente e a excelência assistencial são princípios inegociáveis.
Para engajar equipes, Marcelo aposta na coerência entre discurso e atitude. O exemplo da liderança, diz, é o maior vetor de cultura organizacional.
“Abrir uma porta, visitar um quarto, acompanhar um paciente: são gestos simples que inspiram comportamentos e reforçam o propósito.” E o reconhecimento, segundo ele, é o combustível que perpetua essa cultura.
Aos jovens líderes, deixa um conselho que sintetiza sua filosofia: “Liderar na saúde pode ser extenuante, mas é extremamente recompensador. Tenham sempre claro o seu propósito, porque, em um setor em crise, há muitos incentivos para tomar atalhos e fazer as coisas erradas. Propósito é o que diferencia quem apenas ocupa um cargo de quem realmente transforma o sistema de saúde.”.














