Ministério da Saúde renova parceria com Hospital Moinhos de Vento para projetos de qualificação do SUS
Considerado um dos três melhores do Brasil, o Hospital Moinhos de Vento é privado – mas seus projetos de pesquisa voltados à qualificação da saúde pública beneficiam usuários de todo o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em programas como a Campanha Nacional de Vacinação contra o HPV e a ampliação do tempo de permanência de familiares no acompanhamento de pacientes nas UTIs, a instituição chega a todas as capitais do país e a cidades referência nos 27 estados e no Distrito Federal.
Esse trabalho garantiu que o Hospital Moinhos seguisse como uma das cinco instituições de saúde brasileiras reconhecidas como “de excelência” pelo Ministério da Saúde – sendo a única fora de São Paulo.
O status, renovado nesta quinta-feira (27) por mais três anos, permite o investimento em ações e pesquisas do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).
O superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, destaca a importância da parceria para a qualificação da saúde pública.
“Os desafios que temos enfrentado nos últimos anos nos mostram que só vamos avançar se melhorarmos as condições de atendimento para toda a população”, destaca.
Segundo ele, a medicina de ponta e os recursos gerados pelos hospitais de excelência dificilmente seriam aplicados no SUS ou teriam um impacto tão grande se não fosse dessa forma.
Em dez anos, foram investidos diretamente mais de R$ 570 milhões nos projetos – sem contar insumos, profissionais e a expertise que capacitou cerca de 200 outros hospitais brasileiros.
Excelência e resultados na ponta
A pandemia da COVID-19, segundo Parrini, reforçou o valor do SUS e a necessidade de um sistema de saúde unificado, com sinergia entre o público e o privado.
No Rio Grande do Sul, um projeto do Hospital Moinhos de Vento pelo PROADI-SUS realizou gratuitamente 12 mil exames RT-PCR – considerado padrão ouro para diagnóstico da doença.
Esse apoio ao Laboratório Central do Estado ampliou a capacidade de testagem para a rede pública.
“O projeto Tele UTIP, que conseguiu reduzir pela metade os índices de mortalidade direcionado em UTIs pediátricas, foi estendido para as UTIs COVID-19”, aponta.
Os resultados preliminares mostram uma redução do tempo médio de internação de 13 para 7 dias, além de um decréscimo de 21% na mortalidade dos pacientes que necessitaram terapia intensiva nos hospitais SUS atendidos.
Os resultados da parceria são expressivos. Apenas no último triênio, período que serve de base para as renovações da parceria com o Ministério da Saúde, quase 2 mil pesquisadores se envolveram em 30 projetos.
As iniciativas promoveram a capacitação de 62 mil profissionais da saúde do SUS e de outros 14 mil em projetos de gestão. Mais de 73 mil atendimentos foram realizados.
“É difícil estimar quantas pessoas foram alcançadas direta por essas iniciativas. Mas pelo número de atendimentos, profissionais qualificados e regiões cobertas, além de ações como a realização de transplantes e de redução das infecções dentro dos serviços de saúde, certamente tivemos pacientes SUS beneficiados por esses estudos em todas as regiões do Brasil”, pontua o gerente de Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luis Eduardo Ramos Mariath.
Fazendo mais com menos
A ideia de grande parte dos projetos é avaliar condições e recursos disponíveis nos hospitais públicos e filantrópicos, capacitando os profissionais para que obtenham melhores resultados dentro da realidade de cada instituição.
O projeto colaborativo “Saúde em Nossas Mãos”, por exemplo, melhorou processos de cuidados dos pacientes para mitigar riscos e danos. Com medidas simples como prevenção a quedas, engajamento dos familiares e higienização das mãos por todos que tenham contato com o paciente, foi possível salvar 2.199 vidas.
Também se estima que mais de 4 mil episódios de infecções foram evitados em 116 hospitais do Brasil, economizando R$ 160 milhões para o SUS.
O projeto UTI Visitas ganhou destaque internacional. Nos mais de 30 hospitais que participaram do estudo, o tempo médio de permanência dos familiares com os pacientes foi ampliado de uma média de 90 minutos para dez horas diárias.
A ação reduziu em 50% os sintomas de depressão e ansiedade nos familiares, além de ter diminuído também a incidência de burnout entre profissionais de saúde que atendem esses pacientes. O custo? “Colocar uma cadeira ao lado de cada leito”, responde Mariath.
“Para a nossa cidade e nosso país crescerem, precisamos promover a qualidade de vida, a dignidade e a justiça social. Temos a responsabilidade social no DNA da nossa instituição e o compromisso de cuidar e salvar vidas. Não adianta fazer isso só aqui, dentro do nosso espaço físico. Temos que garantir que chegue também aos que mais precisam”, conclui Parrini.