No-show ainda é o gargalo nas clínicas e instituições de saúde: Como ter um segundo semestre no azul?

*Por Lucas Adriano

A ausência de pacientes nas consultas, conhecida como no-show, não só impacta a eficiência operacional e financeira das clínicas, mas também compromete o acesso dos pacientes aos serviços de saúde necessários. Em um momento em que a resiliência econômica é crucial, encontrar maneiras de reduzir o no-show para otimizar o uso dos recursos disponíveis torna-se uma prioridade estratégica.

De acordo com os dados da pesquisa Panorama das Clínicas e Hospitais 2024, realizada pela Doctoralia, 48% dos profissionais avaliaram o no-show como um dos principais desafios enfrentados na gestão de suas instituições de saúde. Esse gargalo representa uma perda direta de receita para as clínicas, pois os recursos médicos e administrativos são alocados para consultas que não geram remuneração. Além disso, impacta negativamente a agenda, desperdiçando tempo que poderia ser dedicado a pacientes que realmente necessitam.

Em complemento, ainda segundo o Panorama das Clínicas e Hospitais, quase 70% das instituições usam o telefone para a confirmação de consultas. Para enfrentar esse desafio, é essencial implementar estratégias eficazes de gestão de agenda e de comunicação com os pacientes. A tecnologia desempenha um papel crucial nesse processo, oferecendo soluções como sistemas de lembretes automatizados de consultas via WhatsApp, SMS ou e-mail que reduzem significativamente as taxas de no-show, lembrando os pacientes de suas consultas e permitindo que reagendem facilmente, se necessário.

Além disso, as clínicas podem considerar a adoção de políticas claras de cancelamento e reagendamento, incentivando os pacientes a comunicarem suas indisponibilidades com antecedência razoável. Isso não apenas melhora a gestão da agenda, mas também fortalece a relação de confiança entre os pacientes e os prestadores de cuidados de saúde.

Outra estratégia promissora é a análise de dados para identificar padrões de no-show e desenvolver intervenções direcionadas. Compreender as causas subjacentes como transporte inadequado, barreiras linguísticas ou falta de conscientização sobre a importância das consultas, permite às clínicas adotar abordagens mais personalizadas para mitigar esse problema.

Além das medidas operacionais, é fundamental reconhecer a importância da educação contínua dos pacientes no comparecimento às consultas agendadas. Campanhas educativas, tanto online quanto offline, podem ajudar a aumentar a conscientização e promover uma cultura de responsabilidade compartilhada entre pacientes e provedores de saúde.

Enquanto o desafio do no-show impacta  as clínicas e instituições de saúde, a adoção de estratégias proativas e tecnologicamente avançadas pode fazer a diferença. Reduzi-lo não só contribui para a sustentabilidade financeira das clínicas, mas também melhora o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde para todos. No segundo semestre de 2024, é fundamental  focar em soluções que não apenas mitiguem os efeitos desse gargalo, mas que também preparam  o caminho para um sistema de saúde mais eficiente e resiliente no futuro.

*Lucas Adriano é Diretor Comercial B2B da Doctoralia.

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