“Pelo menos 12 milhões de brasileiros estão com a Saúde Mental afetada em decorrência da pandemia”, afirma o psiquiatra Glauco Araújo

Médico e Diretor Administrativo Financeiro do Vila Verde pontua melhorias no cuidado à Saúde Mental no País

 

Segundo a OPAS – Organização Pan Americana de Saúde, quase 1 bilhão de pessoas vivem com transtorno mental, 3 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso nocivo do álcool e uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio.

E com a pandemia do novo coronavírus, esse debate ganhou proporções ainda maiores em países de todo o mundo, uma vez que a crise sanitária e econômica trouxe reflexos na sociedade como perda de renda, luto, isolamento e medo. Além disso, a própria doença da Covid-19 pode causar complicações neurológicas e mentais.

Glauco Corrêa de Araújo, Médico psiquiatra e Diretor Administrativo Financeiro do Vila Verde

Em tempos de pandemia, pelo menos um terço das pessoas acometidas pela infecção da covid-19 tem transtornos mentais decorrentes da doença. “Podemos ter pelo menos 12 milhões de pessoas com a saúde mental afetada pela pandemia”, afirma Glauco Corrêa de Araújo, Médico psiquiatra e Diretor Administrativo Financeiro do Vila Verde.

O especialista defende a importância de debater sobre saúde mental nos dias atuais.

“Ainda é possível sentir preconceito quando falamos de saúde mental. Temos que esclarecer esses estigmas e entender a dimensão e importância desse problema”.

Araújo explica que o próprio Conselho Federal de Medicina tem se empenhado, juntamente com a Associação Brasileira de Psiquiatria, na melhor capacitação de médicos para detectar problemas de saúde mentais em seus pacientes e encaminhá-los para os especialistas.

“Na maioria das vezes, o paciente com sofrimento psíquico não procura um especialista. Ele vai em profissionais de outras áreas, por isso a importância de elucidarmos cada vez mais sobre saúde mental tanto para os pacientes como para os médicos.”

O especialista também cita alguns avanços na atenção à saúde mental pelas operadoras de saúde. “Os planos de saúde estão adotando formas de remuneração para o atendimento à saúde mental baseadas em performance e em boas práticas e bons resultados, ao invés do defasado fee for service e pagamento por sinistros”, explica. Araújo pontua ainda a importante inserção da saúde mental na Atenção Primária.

Locomotiva da Saúde Mental

Glauco Araújo é diretor na Vila Verde, rede de assistência em saúde mental composta por Hospital, clínica, pronto-socorro 24 horas e um hospital-dia. “Nosso maior desafio é unir aspectos objetivos e processuais sem perder a humanização e a individualidade da assistência. Todos os nossos processos e práticas têm como alvo principal as necessidades do portador de sofrimento mental.”

O Hospital Vila Verde é acreditado ONA Nível II, sendo um dos poucos dessa especialidade a deter tal distinção no país.

“Só existem quatro instituições que detém esse selo no país nessa especialidade e, para nós, estar neste seleto grupo é motivo de muito orgulho. Quando se implanta a cultura de qualidade na instituição só colhemos bons frutos, como redução do desperdício com práticas erradas, uma vez que há a adoção de padronização de processos para maior segurança do paciente. Agora, os próximos planos é se conquistar o ONA Nível III, ampliar a oferta de leitos e modernizar ainda mais as nossas instalações”, afirma Araújo.

 

Confira a entrevista na íntegra:

 

 

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