A implementação do Programa de Robótica do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), completa seis meses no início de dezembro. As duas primeiras cirurgias assistidas por robô foram realizadas no dia 4 de junho, uma de próstata e uma de rim, em pacientes de 51 e 71 anos.
Neste período, o hospital contabilizou cerca de 60 procedimentos com o uso do equipamento denominado Da Vinci Xi, última geração da linha mais moderna do mundo em robôs cirúrgicos, fabricada pela norte-americana Intuitive Surgical, pioneira nesse campo. O investimento na inovação chegou a R$ 20 milhões.
“Experimentamos uma curva de aprendizado, já que a robótica é algo totalmente novo, mas o balanço é dos mais positivos”, avalia o diretor-geral do Dona Helena, José Tadeu Chechi. Ele assinala que a adoção dessa tecnologia de ponta impacta em todo o funcionamento do hospital, do ponto de vista de atendimento, o que exigiu uma adaptação da equipe e dos espaços para a montagem da infraestrutura exibida pelo robô, tanto física quanto de capacitação. Segundo o hospital, 44 médicos já foram cadastrados e credenciados para uso do equipamento.
A maior parte das cirurgias até aqui é urológica, mas também foram realizados procedimentos ginecológicos, de cabeça e pescoço, cirurgia geral, coloproctologia e cirurgia cardíaca – a primeira de Santa Catarina com auxílio de robô –, em pacientes de Joinville e mais 18 cidades. De acordo com o médico Ernesto Reggio, responsável pela robótica no Dona Helena, a procura pelo método vem crescendo, com avanços no número e diversidade dos procedimentos.
“A cirurgia robótica oferece vantagens em relação ao método clássico da laparoscopia, e mais ainda quando comparada à cirurgia convencional aberta, particularmente nas situações em que o tratamento cirúrgico demanda uma identificação mais apurada de tecidos, de estruturas pequenas em locais onde a visão humana não consegue chegar e onde a câmera de laparoscopia, apesar dos avanços, não fornece tudo que uma ótica de cirurgia robótica permite”, explica Reggio. “Na cirurgia robótica, a ótica é tridimensional, com uma qualidade de imagem muito superior a outros sistemas. Isso faz com que em locais pequenos da anatomia humana a identificação dos tecidos seja muito melhor.”