Projeto do HCor reduz em 66% o tempo de espera em serviços de urgência e emergência do SUS

A superlotação nos serviços de urgência e emergência sempre foi apontada como um dos principais problemas do Sistema Único de Saúde. E para dar apoio ao SUS no enfrentamento desse desafio, o HCor executa o projeto Desenvolvimento Gerencial, que implanta novos indicadores de monitoramento e propõem novos fluxos de atendimento em hospitais de quatro estados brasileiros.

O DG é desenvolvido em 56 hospitais do SUS em quatro estados brasileiros (PB, MT, GO e RN) e além da redução de 66,67% no tempo de permanência no serviço de emergência, o projeto também alcançou outros resultados expressivos nos indicadores monitorados. O tempo de espera para internação caiu 39,50%, e o tempo de espera para classificação de risco teve redução de 21,86%. O tempo de espera para atendimento médico diminuiu em 34,59%, enquanto o tempo de espera para parecer do especialista teve redução de 62,58%. Outros dois indicadores que monitoraram o tempo resposta aos resultados de exames também tiveram resultados positivos: o tempo de resposta para resultados de exames radiológicos diminuiu em 32,84%, e o de exames laboratoriais teve redução de 23,50%.

Desde 2012, a iniciativa do HCor executada por meio do Programa de Apoio Ao Desenvolvimento Institucional do SUS – PROADI-SUS atuou qualificando os profissionais dos hospitais participantes, para que consigam reorganizar fluxos e protocolos, diminuindo a espera por atendimentos, exames e internações.

A líder do projeto, Gizelda Monteiro, conta que cada um dos hospitais participantes é respeitado em sua individualidade, não sendo impostas metodologias nem ferramentas. “Primeiramente, nós fazemos um diagnóstico, para depois, durante a oficina presencial, montarmos um plano de ações aplicativas para aquele hospital específico. Após essa primeira fase, nós iniciamos o monitoramento mensal dos indicadores daquele local, medindo quais foram os avanços e fazendo ajustes no plano”.

Dentre 11 indicadores que podem ser monitorados, os principais são: tempo de espera para internação, atendimento, resultados de exames radiológicos e classificação de risco dos pacientes. “Alguns dos hospitais participantes já tinham inserido indicadores em sua rotina, mas não os acompanhavam de forma efetiva e não propunham mudanças para alterar seus resultados” conta Gizelda.

Destaques
Um dos hospitais que obtiveram maior destaque em seus resultados foi o Hospital Regional de Cajazeiras – Dr. José de Souza Maciel, localizado na Paraíba, que diminuiu em 60% do tempo de permanência dentro do serviço de emergência, e também teve redução de 16,6% da espera por internação e diminuição de 8,86% do tempo de resposta de especialistas.

Outro destaque foi o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), localizado em Goiânia, monitorado de forma diferente, por ser um hospital de reabilitação. Os indicadores de maior destaque foram o tempo de espera para internação, que diminuiu em 48,6%, e o tempo para alta do paciente após cirurgia de fêmur e quadril, com redução de 29,3%.

Chegada da pandemia da COVID-19
Neste triênio, entre 2018 e 2020, o projeto qualificou mais de 500 profissionais dentro dos quatro estados participantes, e seguiu suas oficinas mesmo em meio à pandemia, levando as discussões para dentro do ambiente online.

O novo coronavírus também trouxe ao projeto um novo desafio, a qualificação de profissionais de saúde do estado de Minas Gerais para o manejo ventilatório de pacientes infectados. A demanda surgiu através do COSEMS (Conselho de Secretários Municipais de Saúde) e já qualificou 4.324 profissionais em 49 municípios visitados, com o auxílio da equipe de fisioterapeutas e enfermeiros do HCor.

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