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Projeto TeleUTI Conectada do HCFMUSP melhora desempenho das UTIs em aproximadamente 30%

Nove cidades já foram contempladas com o apoio do Ministério da Saúde, e a expansão do projeto para outras regiões do país poderá aumentar o número de leitos livres

O projeto TeleUTI Conectada, liderado pela Saúde Digital do HCFMUSP, tem mostrado resultados significativos na melhoria da eficiência das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nas 5 regiões do Brasil. O projeto, que já abrange UTIs em Imperatriz (MA), Itabaiana (SE), Londrina (PR), Sobral (CE), Boa Vista (RR), São Miguel do Oeste (SC), São José do Calçado (ES), Contagem (MG) e Goiânia (GO), tem apresentado dados que sugerem melhora perto de 30% no desempenho das UTIs envolvidas.

A TeleUTI Conectada foi desenvolvida com o objetivo de integrar e monitorar remotamente UTIs (sinais vitais, ventilação mecânica e medicamentos infundidos) por meio de uma plataforma digital, possibilitando a troca de experiências entre equipes médicas e a tomada de decisões em tempo real. A participação ativa das equipes de terapia intensiva é apoiada diariamente por telerounds – durante 1h e 30min, nas quais as equipes multiprofissionais discutem os casos críticos com os especialistas do HCFMUSP.

Um dos indicadores principais utilizados no projeto é o SAPS 3 (Simplified Acute Physiology Score), que avalia a gravidade dos pacientes admitidos nas UTIs. Nas nove UTIs participantes do projeto, a média de SAPS 3 é de 62 pontos, o que indica uma gravidade 25% superior à média nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), onde o índice médio é de 46 pontos. Mesmo diante de pacientes mais graves, os dados preliminares sugerem melhora de cerca de 30% em relação à média das demais UTIs do SUS.

Segundo Carlos Carvalho, Diretor da Divisão de Pneumologia do InCor e da Saúde Digital do HCFMUSP, os resultados são frutos de um esforço conjunto entre as equipes locais e os especialistas do HC. “As teleconsultas e os treinamentos contínuos em temas como sepse, hemodinâmica, sedação, ventilação mecânica e outras práticas críticas têm sido essenciais para alcançar esses números. Estamos salvando vidas ao melhorar o cuidado intensivo nos locais mais distantes”, afirmou.

Expansão para mais regiões

Diante dos resultados positivos, o TeleUTI Conectada já planeja sua expansão para outras regiões do Brasil. O projeto, que começou como uma resposta à pandemia de COVID-19 em 2020, agora pretende levar seus benefícios a mais UTIs, buscando aumentar a eficiência e a qualidade dos cuidados intensivos em todo o país. 

Com o apoio do Ministério da Saúde e empresas parceiras em P&D, como Lifemed, Signove, Nihon Koden, Magnamed, Drager e Getinge, a iniciativa está consolidando-se como um marco na inovação da saúde digital no Brasil, e um modelo a ser seguido por outros hospitais e estados. A expectativa é que o uso de novas tecnologias, como inteligência artificial e monitoramento em tempo real, continue aprimorando os cuidados com pacientes críticos em todo o país, comenta o coordenador de tecnologia Cleidson Cavalcante.

O TeleUTI Conectada é mais do que um projeto de tecnologia – é uma revolução no cuidado intensivo, que salva vidas e transforma a maneira como as UTIs funcionam no Brasil.

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