“Investir é para todos” parece ter se tornado o slogan de ao menos metade das empresas de capital. Vídeos, anúncios e e-mails que tendem a ir para a pasta de spam pintam o universo dos investimentos como uma solução simples para crises; algo que não despende muito esforço ou estudo para render.
A priori, é essencial compreender que, especialmente no setor da Saúde, as dicas “infalíveis” de investidores experientes nem sempre apontam o caminho. Investir sem pesquisa pode facilmente se tornar uma tragédia financeira. Através de informações de qualidade sobre setores e municípios, a Urban Systems busca informar e minimizar as chances de insucesso nos mais diversos âmbitos.
Apuração
Parte da análise da consultoria sobre as Cidades Brasileiras, o Ranking das Melhores Cidades para Investir em Saúde no Brasil pretende nortear a busca e o direcionamento de investimentos. Thomaz Assumpção, presidente da Urban Systems, explica que o Ranking teve 35 indicadores listados com base em sua experiência em soluções urbanísticas e econômicas para cidades.
“Fatores como oferta de médicos, enfermagem e outros profissionais podem criar gargalos, o que chamamos de capital humano” explica. “Assim como questões de acesso, mobilidade e número de usuários de Planos de Saúde.” Assumpção enxerga os Serviços de Saúde como uma potente âncora de desenvolvimento municipal e regional, com potencial positivo na atração de uma longa cadeia de investimentos nas cidades.
“No Brasil, a carência de infraestrutura de saúde é tão grande, e a Saúde uma demanda tão poderosa, que a implantação de serviços em locais com gargalos desencadeia um círculo virtuoso de atração de mão de obra qualificada e investimentos em diversos setores” esclarece. À expertise da Urban Systems, Thomaz adicionou os conhecimentos da equipe e do CEO da L+M, Lauro Miquelin para os assuntos de Saúde.
A nova Saúde
Para Lauro Miquelin, o Sistema de Atendimento à Saúde tem se transformado aceleradamente, ao passo em que gigantes do setor formaram-se pela aquisição de empreendimentos em diversos municípios. “Entre os potenciais investidores locais, há os próprios médicos, que às vezes vivem o dilema de serem cooperados de uma Operadora local, mas não se sentem donos.”
O Ranking, por si só, propõe-se a ser um Mapa de Oportunidades que acelera o acesso dos Agentes de Investimento a dados e informações de suporte às suas decisões quanto às soluções a serem implantadas em cada caso. A expectativa é que os prazos de avaliação sobre as regiões mais carentes sejam reduzidos perante maiores evidências, e que políticas públicas e projetos privados possam ser implementados mais rapidamente, com soluções mais assertivas.
“Podemos assim colocar no radar dos investidores, de forma estruturada, oportunidades de realização com imensos benefícios sociais, seja por dar acesso a serviços de saúde a quem não tinha, geração de empregos qualificados, geração de impostos e aproveitar, inclusive, as sinergias de negócios de saúde com produtos imobiliários”, ilustra Assumpção.
Economia colaborativa
Miquelin vê o ranking como uma forma de também transformar cidades em polos de atração de movimento econômico, riqueza e atividades de ensino e pesquisa. “As organizações de saúde são grandes geradoras de emprego; em 2017, pela primeira vez na história, o setor empregou mais do que qualquer outro nos Estados Unidos, um fenômeno que, por si só, demonstra sua relevância em qualquer cidade, especialmente no Brasil, onde gera quase 10% do PIB.”
O maior destaque para o CEO da L+M, no entanto, é a melhoria da qualidade de vida. “Acesso e presença de serviços de saúde podem proporcionar níveis mais altos de informação e educação para a saúde. Esta educação pode acabar aumentando as chances de engajamento de cada um no autocuidado, o maior sonho de quem desenha políticas de saúde para o equilíbrio do sistema.”
Timing
De todos os momentos, Thomaz Assumpção acredita que, após cinco anos de economia em recessão, aliada aos últimos movimentos de transformações do setor da saúde, a situação ideal para preparação deste Ranking tenha sido criado. “Os investimentos parecem estar sendo lentamente retomados. Os resultados das empresas do setor têm mostrado sinais bem atrativos e atraído muita atenção de empreendedores que não circulavam no setor.”
Por outro lado, Miquelin visualiza um amadurecimento veloz nos padrões de gestão de negócios em saúde, mesmo nas cidades com menor oferta. “Os médicos estão em uma encruzilhada e muitos já entenderam que podem ter novos papéis, e muito relevantes, neste novo ambiente de investidores e gestores profissionais. Mas precisam se levantar a altura do que podem ser” finaliza.
Esta matéria foi publicada originalmente na edição 61 da revista Healthcare Management, disponível aqui!