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Reflexões após o Healthcare Conference 2025, por Victor Basso

Entre os dias 18 e 21 de setembro, Ribeirão Preto recebeu o Healthcare Conference 2025, que reuniu um número recorde de gestores e líderes do setor da saúde.

Mais do que um encontro de especialistas, o evento se consolidou como um espaço de networking, troca de ideias e aprendizado intenso.

É impossível condensar em poucas linhas tudo o que foi discutido.

Ainda assim, para quem não pôde comparecer, ficam alguns destaques que marcaram a programação — fruto de uma curadoria precisa conduzida por Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento.

O formato inovador dos debates criou momentos de verdadeiro clímax, onde novas ideias se tornaram inesquecíveis.

Ideias que marcaram

  • “Fazer o básico, bem-feito” — Defendida por Daur (CIO do Real Hospital Português) e ecoada por outros, a máxima ganha força em tempos de alta complexidade.
  • Automatizar faz sentido só depois de estudar o processo — A recomendação foi clara: criar grupos para revisar processos antes de digitalizá-los, evitando perpetuar ineficiências.
  • A jornada digital — Segundo Paulo Magnus, a transformação já está em curso em diversos hospitais e interoperatividade está próxima.
  • Mas o alerta foi duro: “nos próximos dez anos, inevitavelmente vamos perder dados, a menos que adotemos medidas protetivas.”
  • Parceria cliente-fornecedor — Tom Zé (CEO do HCFMUSP) ilustrou a relação ideal com uma metáfora materna: como mãe e filho. Quando ela se rompe, quem perde é sempre o cliente.
  • Paciente dentro do processo — Vitor Ferreira (CIO do Hospital Sabará) relatou a experiência da “babá parceira”, incorporando a visão do paciente nas decisões de cuidado. Também Uma mudança semântica que redefine propósito: de “colaborador” a “cuidador”
  • Aversão à mensuração — Reconhecimento de que medir resultados ainda é um tabu em muitos hospitais.
  • Novo modelo de parceria — Para Lorice Scalise (presidente da Roche), o tradicional relacionamento cliente-fornecedor está esgotado. É hora de compartilhar riscos, sempre com foco no paciente.
  • Desafios da consignação — Davi Uemoto (ABRAIDI) trouxe à tona a dificuldade de rastrear produtos consignados, as dificuldades do faturamento nesses casos e a necessidade de transparência dos fornecedores.
  • Os setores de TI deixam de chamar-se assim para serem chamados como departamentos de Negócios. Uma clara mudança de conceito, quando muitos ainda persistem em definir TI como um departamento de suporte às ideias que outros criam.
  • CRM para pacientes — Melina Moraes Schuch (Hospital Moinhos de Vento) destacou o uso estratégico do CRM para ampliar o acompanhamento e a proximidade.
  • Defesa da transparência — Reforçada por Thomas Sakoda (Americas Med) como valor essencial para o setor.

Bastidores e networking

Fora do palco, os corredores foram palco de conversas igualmente enriquecedoras. Nomes como Valdir Ventura, Paulo Magnus, Alex Vieira (Hcor), Arno Duarte (Casa de Saúde Menino Jesus de Praga), este autor, e muitos outros, compartilharam visões estratégicas, consolidando o evento como um verdadeiro hub de conexões.

Um setor em ebulição

O balanço é claro: o Healthcare Conference 2025 foi um encontro memorável, repleto de insights práticos e reflexões profundas.

O setor de saúde vive um momento crucial: novas tecnologias despontam no horizonte, trazendo oportunidades transformadoras, mas também desafios financeiros que pressionam os modelos tradicionais.

Seja pela troca de experiências, seja pelos contatos estabelecidos em Ribeirão Preto fica a certeza de que a saúde brasileira entrou em uma nova fase — mais colaborativa, mais transparente, mais digital e, sobretudo, mais centrada no paciente.

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