Segundo ABIIS, produção doméstica de produtos para a saúde cai 7,2% no ano

O desempenho das importações e exportações teve elevação, em virtude da crise sanitária de Covid-19, e impulsionou o comércio no setor

Entre janeiro e setembro de 2020, a indústria brasileira de produtos para a saúde produziu 7,2% menos do que no mesmo período do ano anterior, segundo dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que acabam de ser divulgados. O fraco desempenho é resultado do cancelamento de procedimentos eletivos, por causa da pandemia. Nos oito primeiros meses deste ano o número de cirurgias caiu 32% e foram realizados 35% menos exames na rede pública. O mercado de trabalho brasileiro também foi impactado e fechou 2.661 vagas ao longo do ano. Na comparação com dezembro de 2019, o contingente de empregos no setor caiu 1,9% e está em 139.245.

A pandemia aqueceu as importações e exportações, que registraram um crescimento de 18,5% e 16,6%, respectivamente, em 2020. Com isso, o consumo aparente de dispositivos médicos – que é a soma da produção industrial doméstica com as importações, descontadas as exportações – teve alta de 1,7%, em relação aos mesmos nove meses de 2019 e 2% em 12 meses. “Se considerarmos os desempenhos trimestrais ao longo do ano, o setor teve apenas três meses de desempenho positivo, com crescimento de 3,1% entre abril e junho. Houve queda de 2,1% no primeiro trimestre, em relação ao último de 2019, e queda de 1,0% de julho a setembro, na comparação com o segundo semestre”, revela o diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.

O número de internações no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2020, foi 27% menor do que no mesmo período do ano anterior. “Em meados de março, as cirurgias passaram a ser adiadas para a disponibilização de leitos para o enfretamento da pandemia da Covid-19 e só foram retomadas em julho. Por isso a redução de 32%, sendo que alguns procedimentos como cirurgias de mama, de visão, glândulas endócrinas e bucomaxilofacial caíram mais da metade”, destaca Gomes.

Os procedimentos com finalidade diagnóstica também tiveram grande redução, com destaque para a queda de 51% nas endoscopias.

“A Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) esperava uma retomada nos procedimentos eletivos no último trimestre de 2020, com um aumento significativo no consumo aparente de dispositivos médicos e perspectiva de crescimento de 2 a 3%, no ano. Mas a nova onda de contaminações pela Covid-19 pode mudar esse cenário. É preciso ter cautela”, finaliza José Márcio Cerqueira Gomes.

O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.

O estudo completo está no site da entidade. https://abiis.org.br/dados-economicos/

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