Com pouco menos de dois anos de funcionamento, o Serviço de Transplantes de Medula Óssea, subordinado ao Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, já está entre os quatro serviços que realizaram o maior volume desse tipo de modalidade terapêutica no Brasil. As três posições iniciais, de acordo com os dados de 2017 da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) são ocupadas por hospitais que prestam esse tipo de tratamento para o Sistema Único de Saúde (SUS), historicamente responsável pela maior quantidade de transplantes. Entre os estabelecimentos de saúde que fazem o transplante de medula exclusivamente para pacientes no sistema complementar de saúde, a BP já ocupa a primeira posição em volume de transplantes.
Dados do Registro Brasileiro de Transplantes, veículo de informação oficial da ABTO, mostram que a BP realizou 103 transplantes de medula óssea (TMO) entre janeiro e dezembro do ano passado. Nos três primeiros meses de 2018 a instituição já realizou 24 transplantes, 7 alogênicos (medula doada por outra pessoa, não necessariamente um familiar) e 17 autólogos (medula da própria pessoa). Com o crescimento do serviço, a projeção até o fim de 2018 é de serem realizados 150 transplantes.
O hematologista Phillip Scheinberg, coordenador da Hematologia Clínica do Centro Oncológico da BP explica que o crescimento rápido do Serviço de Transplante de Medula Óssea da instituição é resultado de a uma combinação de fatores que vão desde o fato do Centro Oncológico da BP ser uma referência nacional até a organização interna da unidade. “Criamos processos, definimos fluxos, padronizações e promovemos um maior envolvimento dos médicos, enfermeiros e equipe multidisciplinar. Isso tudo impacta no desempenho”, detalha o hematologista.
A qualidade do atendimento prestado e a chancela BP são outros dois pontos que contribuem para a ascensão do serviço. “Neste curtíssimo período de funcionamento já nos firmamos como referência em transplante de medula óssea para outros oncologistas e hematologistas que não são da BP”, comemora Phillip Scheinberg.
A história do comerciante Claudio Caprini, 49 anos, ilustra a afirmação do hematologista. Residente na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, Caprini conheceu a BP em 2016 quando foi indicado por um médico da sua cidade para fazer o tratamento da doença de Castleman, um tipo raro de câncer que acomete os linfonodos. No ano seguinte, desenvolveu uma leucemia também rara (NK Mielóide) e voltou para a BP. “Quando eu soube que teria de fazer um transplante de medula óssea, meu plano de saúde queria me transferir para outro hospital, mas lutei para fazer aqui. Porque me sinto seguro e o tratamento que recebi aqui não tive em nenhum outro lugar”, relata o comerciante.
Infraestrutura
O Serviço de Transplante de Medula Óssea da BP conta com uma equipe com 18 hematologistas, sendo 4 deles com dedicação exclusiva aos transplantes. Realiza procedimentos autólogos e alogênicos tanto no Hospital BP quanto no BP Mirante, dois dos hospitais da BP. Os pacientes também podem ser encaminhados por outros serviços de todo o País. O suporte de exames laboratoriais, necessários durante todo o tratamento, é feito pela BP Medicina Diagnóstica.
Atendimento ambulatorial
Com o crescimento do Serviço de Transplante de Medula Óssea, a coordenação de Hematologia Clínica pretende expandir o serviço criando dois ambulatórios especializados para realizar o atendimento pré e pós-transplante. “Nossa ideia é oferecer um atendimento multidisciplinar, que permita otimizar os recursos, diminuir o tempo de internação sempre com foco na qualidade e na experiência dos clientes”, antecipa Phillip Scheinberg.
De acordo com o médico, os primeiros ambulatórios dedicados a esse serviço devem ser implantados na BP ainda este ano. A expectativa é de que haja expansão na capacidade de leitos no Hospital BP em 2019, com ambulatórios dedicados para atender o paciente no período pré, intra e pós-transplante.